Sem apoio do Governo de Roraima, pais de alunos da Escola Estadual Indígena Professora Maria Luiza da Silva, localizada na comunidade Leão de Ouro no Amajari, interior de Roraima tiveram que construir uma estrutura improvisada de madeira.
Em uma denúncia enviada à reportagem nesta sexta-feira (5) um vídeo mostra o pai de aluno em frente ao local. Além disso, o morador também relata que as crianças que moram na comunidade estão sem estudar desde o começo do ano. O motivo é a falta de professores no local.
“Sempre tinha uma dificuldade para começar as aulas, no entanto, esse ano não começou e não tem nem previsão. A gente está vendo os nossos filhos sem estudar e aí fica difícil. E se o Conselho Tutelar soubesse que não é os pais que não estão mandando os filhos para escola? É o Governo que nunca proporcionou e estamos aqui à ‘mingua”, desabafou.
Do mesmo modo, o morador disse que já pediu ajuda para as autoridades da comunidade.
“Já pedi ajuda do Tuxaua, mas, mas é muito difícil e estamos aqui nessa demora. Aqui nenhuma série estuda. E o prejuízo é grande. A desculpa é que não tem professor para cá. O Governo e os secretários não estão fazendo nada. Estamos pagando o preço. Temos roça e não podemos largar e ir embora para Boa Vista.”, disse.
A construção da escola
O homem ainda explicou que a construção do barracão de madeira só existe porque a comunidade se juntou para fazer a estrutura.
“A gente se juntou e construiu com muita dificuldade. Um barracão com com 15 metros por 18. No entanto, é assim, muito esforço para nada. Aqui existe outra comunidade, a Santa Inês. Logo, as crianças estudam tudo aqui na Leão de Ourou, então existiu um esforço e não tem a escola só esse barracão. Quando eu cheguei aqui, a escola era um barracão de casa de farinha. Ou seja, não fizeram a escola e quem será que vai ser responsabilizado? Porque O Governo sabe que tem uma escola aqui e alunos e ele poderia providenciar alguma coisa pois a comunidade é longe da beira do asfalto”, disse.
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Citada
A Secretaria de Educação e Desporto informa que ainda há necessidade de professores indígenas em algumas escolas para o atendimento integral da educação escolar indígena, mesmo com a realização do concurso específico para contratação de professores indígenas.
Informa ainda que, até o momento, dos 1.000 convocados, já foram empossados 659 professores aprovados no concurso público para professores indígenas e a convocação de mais 117 professores está em processo na Secretaria de Administração.
Além disso, a Seed está finalizando o processo seletivo para convocação de professores indígenas a fim de atender demandas que não são supridas com o concurso público. O edital do seletivo deve ser lançado em breve.
Fonte: Da Redação