A internet transformou a forma como vivemos. Com a popularização dessa tecnologia, muitos benefícios vieram juntos, como a praticidade para realizar tarefas diárias, mais facilidade para fazer contato com familiares e amigos, bem como acesso rápido a todo tipo de informação.
Porém, também algumas consequências negativas, sendo uma delas o caso de cyberbullying, que se caracteriza como uma espécie de agressão moral organizada, principalmente por grupos. Ele tem como foco atingir determinada pessoa. É uma manifestação tão agressiva que muitos especialistas já relacionaram essa prática ao aumento considerável de suicídios entre jovens no Brasil e no mundo.
O cyberbullying ou bullying virtual pode ocorrer por meio das mídias sociais, sites, blogs ou até mesmo por mensagens de texto instantâneas, como o “WhatsApp”. Trata-se na verdade de uma modalidade de assédio moral realizada por meio da internet.
Essa forma de manifestação agressiva baseia-se em ofensas frequentes a determinada pessoa que ao longo do tempo. Essas agressões morais repetitivas podem causar uma série de danos emocionais à pessoa, como preocupações, ansiedade, sentimentos ruins e, em casos mais extremos, pensamentos suicidas.
Números de cyberbullying no Brasil
Muitas vezes o cyberbullying pode nem ser praticado por pessoas próximas à vítima, mas por qualquer usuário da internet mundo afora e em qualquer situação. Uma pesquisa foi realizada no Brasil, onde foram entrevistados pouco mais de 500 crianças e adolescentes, na faixa etária dos 8 aos 16 anos. Dessa forma, 66% relatou ter presenciado situações de agressões nas redes sociais. Por outro lado, outros 21% afirmaram que já vivenciaram episódios de cyberbullying. São números expressivos e preocupantes.
Após estudos intensivos o Sistema de Informações de Mortalidade/Ministério da Saúde concluiu que a taxa de suicídio entre os jovens vem aumentando desde 2002. E o mais assustador é que há um crescimento de 10% no número de mortes que afetam a faixa etária dos 15 aos 29 anos. Tanto o bullying quanto o cyberbullying podem estimular significativamente os quadros de mutilação corporal entre os jovens e, nos casos mais graves resultam em suicídio.
Pais devem monitorar os filhos na internet
Pais e/ou responsáveis por crianças e adolescentes devem estar atentos ao que estes fazem na internet. Desse modo, devem monitorar de perto, pois muitas vezes o cyberbullying passa despercebido até mesmo pelos adultos mais desatentos.
Diante dessa agressiva atitude as vítimas desses crimes se sentem infelizes, aumentando significativamente os níveis de estresse. E essa violência moral pode acabar provocando depressão profunda. E é nesse contexto que a vítima se depara com dificuldades para encontrar uma solução para o problema, o que leva a pensamentos suicidas, acreditando assim que, ao tirar a própria vida, toda humilhação sofrida irá acabar.
Hismayla Pinheiro (@psihismaylapinheiro) é psicóloga clínica e especialista em avaliação psicológica, com experiência em orientação profissional. Além disso, é a psicóloga oficial do “Miss Universo Roraima”. Toda segunda-feira, orientações valiosas nesse divã virtual de como manter a saúde mental saudável, principalmente em meio à pandemia da Covid-19. Consultas pelo telefone (95) 99144-1131