Após 4 negativas do STJ, PM preso no caso Romano pede liberdade provisória ao TJRR

Policial é considerado como de “alta periculosidade” pelo comportamento durante o sequestro do jornalista

Após 4 negativas do STJ, PM preso no caso Romano pede liberdade provisória ao TJRR
Policial foi preso no dia 16 de setembro deste ano – Foto: Reprodução/Redes sociais

O policial militar Nadson José Carvalho Nunes entrou com pedido de relaxamento de prisão no Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR). O pedido é do último dia 20. O subtenente está preso por suspeita de envolvimento no sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos ocorrido em outubro de 2020.

De acordo com os autos, o militar pretende conseguir liberdade provisória no TJRR. O processo já registrou 13 movimentações no sistema.

Nos dias 23 e 24 o juiz Antonio Augusto Martins Neto emitiu despacho para o Ministério Público de Roraima (MPRR) e pediu urgência. Dessa forma, o magistrado deu prazo de dois para para a manifestação do órgão.

O pedido do policial no TJRR ocorre depois de quatro tentativas no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O ministro relator, Jesuíno Rissato negou o pedido de habeas corpus por três vezes. Em contrapartida, na quarta tentativa, todos os ministros da 5ª turma do STJ se reuniram e negaram a solicitação.

Alta periculosidade

O PM é considerado de “alta periculosidade”. Motivo pelo qual os ministros não concederam a liberdade a ele. Além disso, o inquérito mostra que Nadson faz parte de uma organização criminosa chefiada pelo deputado Jalser Renier (SD).

De acordo com as investigações, Nadson agiu para intimidar a esposa do jornalista, Nattacha Vasconcelos, no dia no crime, em outubro de 2020.

Consta nos documentos que o PM se dirigiu até a delegacia e ficou o tempo todo atrás da vítima, conversando, pelo celular, com outro policial. Por isso, a Justiça fala que a conduta é uma ameaça.

Ainda conforme o inquérito, quando a polícia intimou Nadson para depor sobre o caso, ele “foi até a casa da vítima, tirou uma foto e lhe enviou, numa clara ameaça velada, assim como foi interpretado pelo jornalista”.

Para o ministro, as circunstâncias se mostram concretas e exigem a manutenção da prisão, para impedir interferências nas investigações, bem como outros crimes.

“A presença de circunstâncias pessoais favoráveis não tem o condão de garantir a revogação da prisão se há nos autos elementos hábeis a justificar a imposição da segregação cautelar, como na hipótese. Pela mesma razão, não há que se falar em possibilidade de aplicação de medidas cautelares diversas da prisão”, escreve.

“Amigo”

De acordo com Romano dos Anjos, Nadson Nunes era seu amigo há 23 anos. O jornalista deu a declaração após a prisão do subtenente na primeira fase da Operação Pulitzer.

O suspeito estudou com Romano no ensino médio. Desde então os dois mantinham contato.

“Cheguei aqui em 1998, terminei o ensino médio e essa pessoa estudou comigo, se dizia meu melhor amigo na escola. Nunca perdemos contato. Ele conheceu minha casa, eu conheço a mãe dele. Ele me ligava para ir para a casa dele”, relembrou o apresentador.

TJRR decretou prisão

O tenente Nadson José Carvalho Nunes foi preso no dia 16 de setembro deste ano. De acordo com as investigações, ele participou do sequestro de Romano dos Anjos.

Saiba mais sobre o caso

Do mesmo modo, a Operação, intitulada de “Pulitzer” prendeu mais cinco policiais militares e um ex-servidor da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) suspeitos de envolvimento no caso.

Todos eles recorreram à Justiça Federal para tentar a liberdade, contudo, não obtiveram sucesso.

Fonte: Da Redação

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