O Conselho Indígena de Roraima (CIR) relatou em coletiva de imprensa, na tarde desta quarta-feira (17), que irá pedir a investigação do “atentado” ocorrido ontem.
Na coletiva, as lideranças da Comunidade Indígena Tabatinga, na TI Raposa Serra do Sol, expressaram indignação e repúdio ao ataque da Polícia Militar.
De acordo com o coordenador do CIR, Edinho Macuxi, os policiais invadiram a comunidade sem mandado ou liminar.
“A mando do Governo. Invadiram uma comunidade sem autorização. Sem mandado e sem liminar”, afirmou.
O coordenador também relatou que as comunidades em momento algum utilizaram armas para fazer esse tipo de ação. Segundo ele, o que buscaram foi criar um diálogo.
Destacou também que estão de posse das provas e que o CIR está encaminhando a denúncia para que a “justiça seja feita”. Ainda disse que a organização vai acompanhar todo o processo.
Violência
Da mesma forma, o representante da Comunidade Tabatinga, Anastasio Lima Batista, relatou a violência que a comunidade passou nessa terça. De acordo com ele, foi uma hora de ataque, com diversos tiros, onde 40 pessoas foram expulsas de suas casas. O CIR, inclusive, publicou um vídeo gravado na hora do confronto.
“Primeiramente, foram tiradas de suas casas várias crianças que ali no momento se encontravam doentes. Então roubaram do posto de saúde da SESAI radiofonia e cadeiras de atendimento de paciente. Destruíram alimentação de dentro da cozinha da comunidade. Por fim, bombardearam as casas, soltaram as bombas dentro das casas dos pais de família e dentro da comunidade.”
Conforme relato dos representantes, o “ataque” feriu dez pessoas de Tabatinga: dois idosos, uma mulher (que não teve condições de sair da comunidade) e um homem, que ficou hospitalizado por conta de uma cirurgia realizada para retirar uma bala de seu peito.
Garimpo
Além disso, denunciaram o garimpo ilegal que vem crescendo na região e está contaminando a água daquela população.
“Vamos deixar claro pro governo e pro comandante [no município de] Uiramutã que vamos continuar a fazer nosso trabalho de forma educada e organizada para combater a entrada de garimpo ilegal, de políticos corruptos e de turistas que não respeitam as nossas terras.”
Por Fabiola Valentina