Delegados são convocados para oitivas do caso Romano dos Anjos

Audiência ocorrerá no dia 12 de dezembro na 1ª Vara Criminal, localizada no fórum do bairro Caranã

Delegados são convocados para oitivas do caso Romano dos Anjos
Jornalista Romano dos Anjos apresentando o programa Mete Bronca – Foto: Reprodução/TV Imperial

O Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) convocou dois delegados para as oitivas do caso Romano dos Anjos. O juiz responsável pelo caso vai ouvi-los no dia 12 de dezembro.

De acordo com a convocação, a audiência de instrução de julgamento dos delegados ocorrerá na 1ª Vara Criminal, no bairro Caranã.

Um dos delegados convocados é João Luiz Evangelista, que conduziu as investigações e liderou a força-tarefa que a Delegacia Geral criou para o caso.

O segundo delegado trata-se de Herbert Amorim Cardoso. Ele foi o responsável por instituir a força-tarefa no dia 13 de novembro de 2020, quando comanda a Polícia Civil de Roraima (PCRR).

Conforme documento obtido e publicado com exclusividade pelo Roraima em Tempo em setembro de 2021, Herbert atrapalhou a investigação da força-tarefa.

O inquérito mostra que, no dia 25 de novembro daquele ano, o delegado Herbert Amorim enviou uma mensagem pelo WhatsApp para o então secretário da Segurança Pública (Sesp), Edison Prola.

Na manhã seguinte, Prola recebeu Herbert e Eduardo Wayner, que atuava como adjunto na PCRR. Na ocasião, eles pediram ajuda ao secretário para tirar o delegado João Evangelista do comando da força-tarefa.

“Conforme a apuração, a cúpula da Polícia Civil [Herbert e Wayner] reuniu-se com o coronel Edison Prola para solicitar adesão política com a finalidade de modificar a equipe de investigação e, assim, atrapalhar o inquérito”, diz trecho do inquérito.

O documento relata ainda que, no encontro, os chefes da Polícia Civil levaram um “recado” do então presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jalser Renier (SD).

Herbert afirmou então que Jalser Renier havia dito que: “se a investigação continuar, vai morrer gente”. A informação foi confirmada em depoimento pelo próprio secretário Edison Prola.

Em março de 2021, Herbert concedeu entrevista à Rádio 93 FM, onde, questionado se tinha atuado para interferir nas investigações, ele que era “estranho as pessoas alegarem isso”.

Mudança de estratégia

Sem obter êxito com o pedido feito a Edison Prola, o delegado Herbert Amorim resolveu fazer mudanças no quadro da força-tarefa. Dessa forma, ele editou a portaria que a criou.

Amorim alterou a formação da equipe e inseriu novos policiais. Além disso, atribuiu a coordenação dos trabalhos de investigação a outras duas delegadas.

“[…] e, mais, determinou que a investigação continuasse de forma cumulativa com os trabalhos ordinários da unidade de lotação de cada membro da equipe, inclusive deste signatário, conforme se observa na imagem parcial do documento”, cita em documento o delegado João Luiz Evangelista.

O então delegado-geral também removeu alguns investigadores das respectivas unidades policiais, dificultando, assim, a produção de diligências.

Conforme o documento, Evangelista informou a Herbert que não havia necessidade de novos membros na apuração do crime. Argumentou também sobre prejuízo que a mudança causaria nas atividades dos agentes.

No dia 8 de janeiro de 2021, a força-tarefa enviou memorando ao delegado-geral, no qual solicitou a revogação da portaria que oficializou as mudanças.

Já no dia 28 do mesmo mês, o delegado João Evangelista informou a redução das diligências investigativas.

Só em março de 2021, depois de inúmeros alertas de Evangelista, a Polícia Civil revogou a portaria, após prejudicar o trabalho de apuração do caso.

Fonte: Da Redação

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