Alvo da Operação Pulitzer, o policial militar Thiago de Oliveira Cavalcante Teles é suspeito de invadir a casa de uma mulher e agredi-la fisicamente no ano de 2018.
Ele está proibido de se aproximar da casa da vítima desde março do ano passado por decisão da juíza Lana Leitão.
O caso aguarda parecer do Ministério Público desde o dia 1º de setembro deste ano. Em depoimento à Corregedoria da Polícia Militar (PM), ele nega as acusações.
Documentos obtidos com exclusividade pelo Roraima em Tempo revelam que ele ameaçou de morte a mulher durante uma ação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), juntamente com outros três militares.
Conforme a denúncia apresentada à Corregedoria da Polícia Militar, uma equipe do Bope invadiu a casa, mandou todos os moradores colocarem as mãos na cabeça, e os ameaçou de morte.
A invasão ocorreu no dia 7 de outubro, dia das Eleições 2018. Os militares alegaram que tinham recebido uma denúncia de boca de urna na casa da vítima, esposa de um sargento.
Entretanto, em nenhum momento, eles apresentaram um relatório do caso à Polícia Civil ou à Corporação Militar.
Segundo o depoimento da vítima, os policiais invadiram a casa por volta de 10h, sem autorização, reviraram o imóvel atrás de dinheiro, e encontraram, sobre um móvel, R$ 6,4 mil.
Na casa, os militares encontraram uma caixa com “santinhos” de candidatos. A mulher afirmou que trabalhava para um candidato ao Senado Federal, mas podia comprovar a origem do dinheiro.
Durante a invasão, a mulher diz que um suspeito a ameaçou e a agrediu no braço.
Além disso, por se recusar a apertar a mão de um deles, teve uma arma de fogo pressionada contra o peito, o que causou uma lesão.
Um laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) atestou as agressões e confirmou que a vítima teve a integridade física ameaçada.
Conforme os documentos, durante a invasão, um suspeito falou que, caso a mulher denunciasse a situação, teria a cabeça “papocada”.
Antes de entrarem na casa, os militares expulsaram todas as pessoas que estavam no local. Um irmão da vítima, que se recusou a sair, teve a arma apontada para as costas.
O suspeito que havia recolhido o dinheiro disse que tinha encontrado apenas R$ 4 mil na residência, e propôs que, se a vítima não contasse sobre o caso, voltaria às 17h e devolveria metade do valor.
A vítima relatou também que teve o telefone clonado por um deles, que acessou mensagens privadas. Para apagar as digitais do celular, o militar usou uma bermuda do filho dela.
Em seguida, a vítima avisou ao marido sobre a invasão, e o Centro Integrado de Operações de Segurança foi acionado para apurar o caso.
À época, o comandante de Policiamento da Capital ordenou a coleta de mais informações. A mulher identificou, por meio de fotos, todos os envolvidos. Por outro lado, eles negaram as acusações.
Questionados sobre a ocorrência, os policiais alegaram que abordaram um homem próximo ao Anel Viário, que estava com um “santinho” e R$ 100. Segundo os suspeitos, ele disse ter recebido o dinheiro na casa da vítima.
Disseram, ainda, que a abordagem foi rápida e deixaram o local após constatarem que não havia quaisquer ilegalidades.
Mas, as testemunhas presentes no momento da invasão confirmaram a tese apresentada pela vítima, e relembraram as ameaças de morte feitas pelos militares.
Um dos relatos cita que os policiais disseram que meteriam o “balaço” nos moradores, se não colocassem as mãos na cabeça.
Ainda durante a invasão, uma das testemunhas afirmou ter ouvido quando os militares pediram água.
Em depoimento, a vítima disse que a equipe tomou água “na boca da garrafa”. Uma perícia foi feita para constatar as digitais dos militares, mas o laudo não consta no processo.
Depois de confrontados com as provas apresentadas, os militares se defenderam e pediram a nulidade total do inquérito militar.
Conforme a defesa, a vítima foi ouvida sem a presença de um advogado, o que seria ilegal.
Logo depois, pediu nova oitiva da mulher, e enviou uma lista de perguntas, mas a Corregedoria negou a solicitação.
Contudo, a Corregedoria entendeu que não houve crime de peculato, já que a vítima não conseguiu provar que os militares se apropriaram do dinheiro.
Thiago, envolvido no caso, é suspeito de participar do sequestro e da tortura do jornalista Romano dos Anjos. Ele teve mandado de prisão expedido pela Justiça de Roraima.
O apresentador foi tirado de casa no dia 26 de outubro de 2020, teve o carro incendiado, foi espancado e deixado na região do Bom Intento, zona Rural de Boa Vista.
Romano foi achado no dia seguinte por um servidor de uma concessionária de energia. Com diversos hematomas pelo corpo e um braço quebrado, o jornalista precisou passar por cirurgias.
Ontem, o Ministério Público e as Polícias Civil e Militar cumpriram sete mandados de prisão, bem como 14 de busca e apreensão contra os suspeitos. As investigações continuam em andamento e em segredo de justiça.
Por Redação
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