Polícia

Justiça nega habeas corpus a mais um policial preso pelo caso Romano

O policial militar Bruno Inforzato Oliveira Gomes, suspeito de envolvimento no sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos, teve o pedido de habeas corpus negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão é desta quarta-feira (27). O Roraima em Tempo teve acesso ao documento.

Inforzato disse que estava sem celular durante as investigações iniciais. Detido preventivamente, ele também não soube informar quem residia no endereço alvo da busca e apreensão. A Justiça considera tanto um ato quanto o outro como “obstrução”, ou seja, tentativa de atrapalhar as apurações. Porém, no pedido de habeas corpus consta que:

“o nome do Paciente aparece fora de qualquer contexto ou circunstâncias atinentes aos fatos apurados, mesmo que minimamente, ou melhor, seu nome foi citado totalmente fora do contexto dos fatos apurados no procedimento investigatório”.

Dessa forma, a defesa pediu o trancamento da ação penal e a revogação da prisão preventiva dele. No documento, ele alega que a situação constrangeu o policial.

Na decisão do ministro Jesuíno Rissato, consta ainda que a Justiça não tenha encontrado outras provas contra o policial, a apuração do seu papel na organização criminosa continua. Por isso, negaram o habeas corpus.

Diferença de tratamento

O deputado Jalser Renier (SD), acusado de ser o mandante do crime, foi preso no dia 1º de outubro deste ano juntamente com três policiais militares também suspeitos.

Três dias depois, a ALE-RR decidiu, por unanimidade, manter a prisão do parlamentar. Desde 2019, as prisões de deputados precisam ser submetidas à análise das Casas Legislativas.

Jalser conseguiu com STJ, afirmando que a prisão era ilegal, pois, como parlamentar, ele não se trata de um “cidadão comum”.

Ao contrário do pedido do policial Inforzato, bem como dos outros policiais presos, a Justiça concedeu o relaxamento da prisão a Jalser e soltou o parlamentar.

Dessa forma, desde o dia 6 de outubro ele passou a usar tornozeleira eletrônica, apenas cinco dias depois de ter ido para a cadeia.

Relembre o caso

Ontem (26), o sequestro e tortura de Romano completaram um ano e o Roraima em Tempo publicou uma matéria relembrando detalhes do atentado.

No dia do crime, Romano e a esposa Nattacha Vasconcelos jantavam em casa quando bandidos encapuzados invadiram a residência. Eles sequestram o jornalista e amarraram a esposa.

Em seguida, os criminosos levaram Romano dentro do carro dele, o espancaram e deixaram em uma área da zona rural de Boa Vista. Logo depois a polícia encontrou o carro próximo à BR-174 em chamas.

No dia seguinte, um funcionário da Roraima Energia encontrou o jornalista e chamou as autoridades policiais. Desse modo, a partir daí iniciaram as investigações.

A PCRR criou uma força-tarefa para investigar o sequestro do jornalista no dia 13 de novembro de 2020.

De acordo com inquérito da Civil, uma semana após a criação do grupo de investigação, o deputado Jalser Renier (SD) ameaçou o governador Antonio Denarium (PP) e exigiu o fim dos trabalhos.

O inquérito aponta Jalser Renier como suspeito de ser o mandante do atentado contra Romano dos Anjos.

O inquérito indica que o delegado-geral e o adjunto da Civil, Herbert Amorim e Eduardo Wayner, embaraçaram as investigações e queriam tirar o delegado João Evangelista do comando da força-tarefa.  

A Corregedoria-Geral da PCRR abriu processo administrativo para apurar a interferência dos dois delegados nas investigações.

Operação Pulitzer

Em setembro deste ano, a Operação Pulitzer fez as primeiras prisões: sete suspeitos pelo sequestro de Romano. Seis deles são militares e um é ex-servidor da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).

No dia 1º de outubro, a segunda fase da Operação prendeu Jalser e mais outros três militares investigados no caso. Cinco dias depois o deputado consegui a liberdade, mas todos os policiais e o ex-servidor da ALE-RR continuam presos.

Fonte: Da Redação

Nayra Wladimila

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