Policial que foi preso no caso Romano dos Anjos volta a trabalhar na PMRR

Polícia Militar abriu processo disciplinar para apurar conduta do policial em abril deste ano, mas ainda não concluiu os trâmites

Policial que foi preso no caso Romano dos Anjos volta a trabalhar na PMRR
PRF capturou policial após fuga em março – Foto: Divulgação

Bruno Inforzato, sargento da Polícia Militar de Roraima (PMRR), voltou a trabalhar na instituição. O policial, que responde processo no caso do sequestro do jornalista Romano dos Anjos, retomou as atividades desde o dia 6 de agosto.

O militar teve prisão decretada em outubro do ano passado por obstrução de justiça. O policial disse que estava sem celular durante as investigações iniciais. Ele também não soube informar quem residia no endereço alvo da busca e apreensão.

A Justiça considera tanto um ato quanto o outro como “obstrução”. Ou seja, tentativa de atrapalhar as apurações. Ele era o único preso no caso Romano os Anjos que só foi acusado pelo Ministério Público de Roraima (MPRR) por obstrução de justiça.

Dia 18 de março, ele fugiu do Comando de Policiamento da Capital (CPC), onde estava detido. Conforme apurado pelo Roraima em Tempo, ele foi recapturado 20 minutos após a fuga. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) o localizou e o reconduziu à prisão.

A PMRR, responsável por sua custódia, informou que ele tinha o benefício da remissão de pena. O policial fugiu enquanto trabalhava em função administrativa.

No dia seguinte da fuga, a PMRR prendeu quatro policiais suspeitos de facilitar a empreitada. De acordo com a PMRR os policiais estavam de serviço e o caso ficou a encargo da Justiça.

Contudo, iria instaurar inquérito para apurar como a facilitação da fuga ocorreu. Por fim, após audiência de custódia, os policiais ficaram em liberdade.

O que diz a Polícia Militar

A redação entrou em contato com a PMRR para saber em que função o militar está agora. Além disso, também questionou se a instituição tem alguma condição especial de trabalho para o referido sargento. E também se ele pode ser promovido nas atuais cisrcunstâncias.

Até a publicação desta matéria a PMRR não se manifestou.

Soltura

Em abril deste ano, o promotor Marco Antonio Bordin Azeredo assumiu o caso no MPRR. Dessa forma, entre os oito crimes que o órgão denunciou os suspeitos de participação no sequestro de Romano dos Anjos, ele retirou as acusações de organização criminosa e obstrução de justiça.

Como resultado, três dias depois a Justiça mandou soltar Inforzato. Pois ele estava preso apenas por obstrução de justiça.

A partir daí, o policial ficou em casa durante 120 dias por determinação judicial. Contudo, teve que cumprir uma série de medidas cautelares:

  • Proibição de aproximação e contato com as vítimas ou seus familiares, com as testemunhas e demais envolvidos nos fatos narrados no feito principal;
  • Proibição de ausentar Comarca por período superior a 05 dias sem autorização judicial;
  • Recolhimento domiciliar noturno de 22h às 6h, seja nos dias úteis, seja nos dias de folga;
  • Afastamento da função pública pelo período de 120 dias;
  • Suspensão do porte ou posse de arma de fogo.

Na decisão, a juíza Daniela Schirato afirmou ainda que o descumprimento das medidas acarretariam em novo ‘decreto de prisão’.

Fonte: Da Redação

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