STJ nega mais uma vez liberdade a major da PM suspeito de sequestrar jornalista em RR

O policial é suspeito de participação na tortura contra Romano dos Anjos

STJ nega mais uma vez liberdade a major da PM suspeito de sequestrar jornalista em RR
Pedido foi julgado pelo ministro Jesuíno Rissato – Foto: Sérgio Lima/Poder360

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pela mais uma vez pedido de habeas corpus ao major da Polícia Militar (PM) Vilson Carlos Pereira Araújo. Ele está preso por suspeita de participar do sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos.

A defesa do PM alegou que houve “constrangimento ilegal consubstanciado no excesso de prazo para recebimento da denúncia”.

No entanto, o ministro Jesuíno Rissato rebateu a defesa dizendo que não houve “qualquer flagrante ilegalidade”. Dessa forma, o STJ negou o pedido.

Em 25 de fevereiro deste ano, o mesmo ministro já havia negado habeas corpus para Vilson. Ele está preso desde o dia 16 de setembro de 2021 e teve a prisão temporária convertida em preventiva no dia 3 de outubro. A detenção pode seguir enquanto os responsáveis pela investigação acharem necessário.

Conforme mostram as investigações do caso, o PM fez parte de uma organização criminosa chefiada pelo ex-deputado Jalser Renier, principal suspeito de arquitetar o sequestro de Romano.

Anteriormente, em outubro de 2021, o Ministério Público de Roraima (MP) denunciou Araújo por oito crimes. São eles:

  • violação de domicílio qualificada;
  • cárcere privado e sequestro qualificado;
  • roubo majorado;
  • dano qualificado;
  • constituição de milícia privada;
  • organização criminosa;
  • tortura e castigo qualificado;
  • obstrução de justiça.

Investigações sobre o PM

Em setembro de 2021, o Roraima em Tempo mostrou que Vilson Araújo é ex-comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PM.

De acordo com a Civil, Vilson foi responsável por organizar os militares que trabalharam fazendo a segurança privada do deputado federal Ottaci (SD), aliado de Jalser, quando concorria às eleições municipais em 2020.

As investigações indicam que ele cometeu “corrupção passiva”, por coordenar e pagar os policiais para exercerem segurança privada.

Conforme o inquérito, no dia do crime, em 26 de outubro, o major estava sem conexão de internet no celular. No entanto, no dia seguinte, ele se conectou à torre de telefonia próxima à casa de Romano para monitorar a residência.

Ainda conforme a Civil, em depoimento, Araújo mentiu e falou que estava dormindo em casa no dia do atentado.

Caso Romano

No dia 26 de outubro de 2020, criminosos invadiram a casa do jornalista Romano dos Anjos, enquanto ele jantava com sua esposa, Nattacha Vasconcelos. Ambos foram amarrados e ameaçados de morte.

Os invasores retiraram Romano de casa e o torturaram. O apresentador sofreu múltiplas fraturas. Logo depois, ele foi abandonado no Bom Intento, zona Rural de Boa Vista. Além disso, ainda atearam fogo em seu carro.

Nove policiais militares e um civil estão presos por envolvimento no sequestro. Os militares faziam a segurança de Jalser Renier, enquanto o civil agia no setor de inteligência da Casa.

Fonte: Da Redação

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