O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, pela segunda vez, soltar o coronel Natanael Felipe de Oliveira Júnior, preso na segunda fase da Operação Pulitzer. Ele é investigado pelo sequestro e tortura do jornalista Romano do Anjos.
O deputado Jalser Renier, bem como os nove militares, incluindo Natanael, e um ex-servidor da Assembleia Legislativa (ALE-RR), foram presos nas duas fases da operação e denunciados pelo Ministério Público de Roraima (MPRR).
A defesa do PM voltou a dizer que não há provas da participação dele no crime. Além disso, pediu a liberdade do coronel sem a imposição de medidas cautelares.
Da mesma forma, a defesa afirma que a Justiça “criou” argumento falso de que os suspeitos fazem parte de milícia para decretar a prisão deles.
Decisão do STJ
A decisão do ministro Jesuíno Rissato relembrou que o coronel Natanael agia na organização como a maior autoridade entre os policiais. Por isso, há necessidade da prisão dele. Destacou ainda que a prisão é pela garantia da ordem. Isso porque o coronel tem treinamento em força-tática.
“No caso, observa-se que a segregação cautelar do paciente está devidamente fundamentada em dados concretos extraídos dos autos, que evidenciam de maneira inconteste a necessidade da prisão para garantia da ordem pública, notadamente em razão de, coronel, possuidor de conhecimento de Força Tática e ex-Chefe da Casa Militar da ALE/RR”, diz.
Investigação de Natanael
Conforme as investigações, além de exercer comando sobre os demais na organização criminosa, há outras provas da participação de Natanael no crime contra o jornalista.
Ele teve o sigilo de dados afastado pela justiça e foi constatado que a conexão de IP do computador na noite do crime estava vinculado ao escritório do deputado Jalser Renier.
Natanael disse ainda para que o policial Nadson Nunes, outro suspeito, acompanhasse o depoimento de Nattacha Vasconcelos, esposa de Romano.
“Nadson estava colhendo informações e levando para seu superior, Coronel Natanael o qual tinha acesso restrito ao deputado Jalser”, diz trecho da investigação.
De acordo com as apurações do caso, outro fato que prova a participação do coronel no crime é a mensagem encaminhada pelo investigado Edimar da Silva ao grupo de whatsapp de Jalser.
“Ele mandou mensagem de áudio para Gregory no dia do crime com o seguinte teor: ‘Estamos aqui na ALE, entendeu? Eu e o coronel Felipe. Aí, o coronel Felipe vai dizer o horário que é pra mim te pegar pra pra pra [sic] tu deixar a gente entendeu?’”.
Outra ordem dada por Natanael foi para que Paulo Cézar fizesse a vigilância da Polícia Federal (PF). Isso ocorreu após o governador Antonio Denarium (PP) solicitar que a PF investigasse o caso.
Operação
No dia 16 de setembro deste ano, o MPRR deflagrou, juntamente com as polícias Civil e Militar a Operação Pulitzer. Na ocasião, os agentes prenderam seis policiais militares e o ex-servidor da Assembleia.
Leia detalhes da investigação
Já no dia 1º de outubro, o MPRR deflagrou a segunda fase da operação e prendeu Jalser Renier. Prendeu também mais três militares. Entre eles Natanael.
Três dias depois, os deputados estaduais se reuniram e decidiram manter a prisão de Jalser. Contudo, no dia 6 de outubro, o STJ, concedeu liberdade a Renier, mas com uso de tornozeleira eletrônica.
Por outro lado, os militares tentaram habeas corpus por diversas vezes. No entanto, todos receberam resposta negativa do STJ.
Fonte: Da Redação