Eleito presidente da Comissão Temporária sobre a Situação dos Yanomami nesta quarta-feira (15), o senador Chico Rodrigues (PSB) é apoiador do garimpo na região, que enfrenta uma crise humanitária e sanitária, que tem como uma das causas a atividade ilegal.
O parlamentar também é conhecido por terem flagrado ele, com R$ 33 mil escondido na cueca em outubro de 2020, resultado da ‘Operação Desvid-19’. Ação apurava a interferência de políticos na Secretaria de Saúde (Sesau) e o desvio de mais de R$ 20 milhões.
Na mesma época, a Polícia Federal (PF) também chegou a apreender, em um cofre encontrado na casa do senador, uma pedra que suspeitava ser uma pepita de ouro.
Em maio de 2022, Chico também fez parte da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal. Que apurava denúncias relacionadas a violência contra indígenas na TI Yanomami. Durante coletiva de imprensa da comitiva realizada em Roraima, o senador declarou apoio à legalização da atividade garimpeira em terras indígenas.
Outros membros da comissão sobre a situação dos Yanomami
Também integram a comissão, o senador Mecias de Jesus (Republicanos), apontado como um dos responsáveis pela crise humanitária na Terra Indígena Yanomami; o senador Hiran Gonçalves (Republicanos); a senadora Eliziane Gama (PSD); e Humberto Costa (PT).
Indicações de Mecias
Com a explosão da crise humanitária dos Yanomami na imprensa internacional, o senador Mecias de Jesus vem sendo um dos alvos de reportagens relacionados à corrupção na Saúde Indígena de Roraima. Isto porque nos últimos quatro anos, o parlamentar indicou os coordenadores do Dsei-Yanomami.
O mais polêmico deles foi Rômulo Pinheiro de Freitas. Ele teve a gestão marcada por cobranças e manifestações dos indígenas.
O período de sua administração no Dsey Yanomami também coincide com o agravamento da crise dos indígenas. Aumentou o número de crianças e adultos desnutridos, assim como o de mortes. E sendo assim, todos esses fatos divulgados pela imprensa roraimense.
Mas antes de Rômulo, Mecias havia indicado Francisco Dias Nascimento Filho. E depois de Rômulo, quem assumiu o Distrito foi o ex-vereador de Mucajaí, Ramsés Almeida. Também indicação de Mecias de Jesus.
Em novembro do ano passado, a Polícia Federal cumpriu 10 mandados de busca e apreensão nas casas dos ex-dirigentes do Dsei Yanomami, bem como no próprio Distrito.
O objetivo era de investigar um esquema de desvio de recursos públicos federais. Conforme a PF, as suspeitas são que somente 30% de mais de 90 tipos de medicamentos fornecidos por uma das empresas contratadas pelo DSEI-Y teriam sido devidamente entregues.
Com o apoio de agentes públicos, os recebimentos das entregas seriam fraudados e indicariam o cumprimento integral da contratação.
Apenas em relação ao prejuízo para tratamento de verminoses, o esquema implementado no DSEI-Y teria deixado 10.193 crianças desassistidas, resultando no aumento de infecções e manifestações de formas graves da doença, com crianças expelindo vermes pela boca.
Na semana passada, o Ministério da Saúde divulgou relatório que apontou um possível desvio de 90% nos medicamentos. A PF segue investigando o caso.
Fonte: Da Redação com informações da Agência Senado