A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (2) a indicação do deputado federal Jhonatan de Jesus (Republicanos) para o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Indicação seguirá para análise do Senado.
Jhonatan de Jesus recebeu 239 votos. Em segundo lugar ficou o deputado Fábio Ramalho, com 174 votos. Por último, ficou Soraya Santos, com 75 votos.
O parlamentar entrou na mira de indígenas após suposta ligação com esquema de desvio de verbas do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y).
“Acho importante destacar esse fato, porque quando chegar ao TCU não tem volta. Não posso afirmar a relação [de Jonathan com os problemas de garimpo e desvio da saúde], mas é preocupante que não tenha uma investigação clara. Não se pode colocar uma pessoa que está dentro do cargo para investigar [questões que são de seu interesse]. […] Sou favorável que tenha uma investigação para ver se há ligação direta.”, afirmou a jornalista e ativista do povo indígena Wapichana Ariene Susui ao Correio Braziliense.
É que os três últimos gestores do Dsei-Y foram indicações da família de Jhonatan de Jesus. O mais polêmico deles foi Rômulo Pinheiro de Freitas, cuja indicação partiu do deputado. Ele teve a gestão marcada por cobranças e manifestações dos indígenas.
O período de sua administração do Dsei-Y sobre a proteção de Jhonatan, também coincide com o agravamento da crise dos Yanomami. Aumentou o número de crianças e adultos desnutridos, assim como o de mortes.
Mas antes de Rômulo, o senador Mecias de Jesus (Republicanos), pai de Jhonatan, havia indicado Francisco Dias Nascimento Filho. E depois de Rômulo, quem assumiu o Dsei-Y foi o ex-vereador de Mucajaí, Ramsés Almeida. Também indicação de Mecias de Jesus.
Desvio de medicamentos
A Operação Yoasi da Polícia Federal (PF) que ocorreu em 30 de agosto do ano passado apura o desvio de verba de medicamentos do Dsei-Y.
Pela falta destes remédios e insumos, muitas crianças morreram. A empresa que a PF investiga também é investigada por desvio de verbas da Covid-19 na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
A empresa até mudou de nome depois da repercussão da CPI da Saúde na mídia local, onde, do mesmo modo, passou por investigação.
Fonte: Da Redação