Acusado de interferir em investigação, delegado-geral recebe honraria do governo

Homenagem é feita àqueles que prestam serviços relevantes ao governo; delegado não falou sobre interferências

Acusado de interferir em investigação, delegado-geral recebe honraria do governo
Herbert Amorim é acusado de interferir na investigação do caso Romano dos Anjos – Foto: Reprodução/Facebook/Governo de Roraima

O delegado-geral da Polícia Civil de Roraima, Herbert Amorim Cardoso, que atrapalhou a investigação do caso Romano dos Anjos, vai receber uma honraria do governador Antonio Denarium (PP).

O nome do delegado consta na lista de pessoas que vão ser honrados com a medalha do Mérito Governador Ottomar de Sousa Pinto. A homenagem é feita àqueles que prestam serviços relevantes ao governo.

De acordo com o documento, Herbert colabora de modo “expressivo para o engrandecimento das atividades de competência da Casa Militar”. Entre as funções da Casa Militar está a segurança do governador.

Outras 74 pessoas vão receber a medalha, entre elas o secretário da Justiça e da Cidadania, André Fernandes, réu por improbidade administrativa, bem como o chefe da Casa Civil, Flamarion Portela, condenado por crime eleitoral.

Interferências do delegado

Conforme inquérito do sequestro do jornalista, divulgado hoje pelo Roraima em Tempo, no dia 25 de novembro Herbert enviou uma mensagem ao secretário da Segurança Pública (Sesp), Edison Prola.

Na manhã seguinte, Prola recebeu Herbert e o adjunto, Eduardo Wayner. Logo depois, eles pediram ajuda para interferir nas investigações. Os dois queriam tirar o delegado João Evangelista do comando da força-tarefa.

O documento diz que, no encontro, os delegados levaram um “recado” do então presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jalser Renier (SD).

O “recado” era que haveria morte a investigação fosse mantida. Procurada, a Civil ainda não se manifestou sobre o caso.

Citação de ameaça a Edison Prola – Foto: Reprodução/Polícia Civil

Em novembro, antes de Herbet e Wayner encontrarem Prola, Jalser também fez uma visita a Denarium no Palácio do Governo, de acordo com o inquérito.

Com ele estavam os investigados coronéis Moisés Granjeiro e Natanael Felipe, e tenente-coronel Paulo Cézar. Todos trabalhavam na segurança pessoal de Jalser.

O motivo da visita seria para exigir do governador a interrupção dos trabalhos policiais. Ontem (21), durante a sessão, o atual presidente da Casa, Soldado Sampaio (PC do B), citou o encontro.

Ainda na sessão, o deputado Jalser negou a acusação. Por outro lado, Denarium não quis comentar o assunto.

Por Redação

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