Política

Condenado na Justiça em 2019 por desvio de recursos públicos, Glicério Fernandes é nomeado adjunto da Secretaria Extraordinária de Atração de Investimentos

Glicério Fernandes voltou ao primeiro escalão do Governo de Roraima, dessa vez, como adjunto da Secretaria de Estado Extraordinária de Atração de Investimentos (SEAAI). A nomeação do ex-presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) está publicada no Diário Oficial do dia 2 de julho.

Anteriormente, Fernandes ocupava o cargo de ouvidor-geral do Estado após uma saída polêmica da Femarh em agosto do ano passado.

Ele atuava como presidente da Fundação desde o início da atual gestão. Ele foi exonerado após pressão da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-RR). É que o presidente da Casa, deputado Soldado Sampaio (Republicanos) anunciou que iria acionar a Justiça contra dois contratos que somavam R$ 3 bilhões no órgão, que tratavam da venda de créditos de carbono na região do Baixo Rio Branco.

Conforme a denúncia, a contratação deveria ter ocorrido por meio de licitação, em uma modalidade de concorrência. No entanto, a Femarh selecionou uma empresa por meio de chamamento público. O Roraima em Tempo apurou que trata-se da empresa Biosphere Projetos Ambientais (Bipasa). A mesma é conhecida no ramo de comercialização de crédito de carbono, e que o contrato foi assinado em 2 de maio do ano passado.

À época, Sampaio destacou ainda que o chamamento público encontrava-se em sigilo no Sistema de Informações do Governo (SEI) e ressaltou que a empresa contratada falava em ‘apadrinhamento político’.

Governo polêmico

Glicério não é o único a ocupar cargo no governo Denarium envolvido em escândalo. Recentemente foram exonerados o então controlador-geral de Roraima, Regys Freitas, e a então presidente do Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima), Dilma Costa.

Regys e Dilma foram alvos de polêmicas que viriam a custar os cargos que tinham no alto escalão do Governo. Pouco antes da exoneração, policiais federais estiveram na casa do então controlador-geral como parte da operação Cisne Negro, que apura o desvio de mais de R$ 100 milhões em verbas públicas da Universidade Estadual de Roraima (UERR).

Dilma Costa, por sua vez, era presidente do Iteraima em meio a suspeitas de grilagem de terras públicas no Sul de Roraima. Conforme denúncia do Ministério Público de Contas do Estado, em fevereiro, houve favorecimento indevido na regularização fundiária da Gleba Baliza, estimada em 904 mil hectares. Os prejuízos, segundo o órgão, podem chegar a mais de R$ 1 bilhão.

Outra pessoa próxima ao governador de Roraima envolvido em polêmicas é o atual comandante-geral da Polícia Militar do Estado, Miramilton Goiano.

Ele é investigado por suspeita de interferir no caso de assassinato do casal de agricultores Jânio Bonfim de Souza e Flávia Guilarducci de Souza, em abril do ano passado. O ex-segurança do governador Antonio Denarium (Progressistas), Helton John da Silva de Souza, citou o comandante durante depoimento à Polícia Civil. Além disso, o militar foi alvo de uma operação contra venda ilegal de armas de fogo e munições em Roraima. A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na casal do coronel no dia 23 de outubro do ano passado.

Controvérsias

Além deles, outros gestores no alto escalão do Governo também estão envolvidos em controvérsias.

Antes de ser transferida para chefiar a Secretaria de Governo Digital (Segod), Cecília Lorenzon passou três anos no que foi a segunda passagem dela na gestão da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

Durante o período, Lorenzon precisou assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério em que se comprometia a entregar a reforma do prédio original da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, no bairro São Francisco. Com o acordo, a entrega estava prevista para março de 2024, no entanto, o Governo pediu mais um tempo e só entregou a primeira etapa da obra da unidade em setembro do ano passado.

A Justiça também chegou a afastar Cecília do cargo após ela ser alvo da Polícia Federal na Operação Higeia, que apura suposta fraude em uma licitação de R$ 30 milhões para cirurgias ortopédicas na Pasta da Saúde. Quase 15 dias depois, ela reverteu a decisão e, assim, retornou à Sesau por decreto do governador.

A exoneração de Lorenzon da Secretaria de Saúde ocorreu em fevereiro, depois do presidente da Assembleia Legislativa acusá-la de cobrar propina de empresários. Parlamentares ameaçaram abrir uma CPI da Saúde caso Denarium não tomasse providências sobre a então secretária.

No entanto, Lorenzon voltou ao alto escalão do Governo e atualmente ocupa o cargo de titular da Secretaria de Governo Digital (Segod).

Fonte: Da Redação

Lara Muniz

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