Instituto Phoenix, responsável pela sondagem, responde a processos por suspeita de fraudar pesquisas eleitorais - Foto: Arquivo/Roraima em Tempo/Edinaldo Morais
Uma pesquisa de intenção de votos, divulgada no fim de semana, mostra um possível cenário para a disputa do Governo de Roraima em 2022.
Contudo, o Instituto Phoenix, responsável pela sondagem, responde a processos por suspeita de fraudar pesquisas eleitorais.
O Painel contratou os números divulgados. Contudo, não há informação de onde a pesquisa está registrada, apenas aparece assinada por Augusto da Silva Rocha, suspeito de atuar no ramo sem registro.
A pesquisa considera as candidaturas de: Antonio Denarium (PP), ex-prefeita Teresa Surita (MDB), pastor Isamar Ramalho (Podemos), ex-governador Neudo Campos (PP), e deputado estadual Evangelista Siqueira (PT).
O Roraima em Tempo questionou os citados e aguarda respostas. Evangelista disse que está discutindo com o partido qual caminho seguir no próximo ano. Isamar confirmou que vai concorrer e não tem intenção de formar aliança.
O Instituto Phoenix tem como chefe José Juvenil Coelho, condenado a dois anos de prisão por crime eleitoral. Ele alega inocência. Desde 2016, o Instituto vem respondendo a várias ações judiciais por suspeitas de fraudar pesquisas.
O instituto não tem site oficial, e alimenta, a cada dois anos, uma página no Facebook com resultados das sondagens que assina pelo Brasil. Nas eleições de 2020, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu a divulgação de uma pesquisa para a Prefeitura de Taubaté.
O juiz Jorge Alberto Passos Rodrigues considerou erros grosseiros no questionário, como o nome de uma das candidatas escrito de forma errada.
Além disso, o instituto não apresentou a nota fiscal do serviço. O caso se trata de apenas um dos exemplos das pesquisas do Phoenix condenadas pela Justiça Eleitoral.
Já o estatístico Augusto da Silva Rocha tem o nome envolvido em denúncia feita pelo Conselho Regional De Estatística da 4a Região (PR – SC- RS)/ CONRE 4.
Na ata 872, de 29 de outubro de 2020, o Conselho destaca:
“Verificou-se que o Estatístico Augusto da Silva Rocha, com registro nº 7.655-A, secundário no CONRE4 e primário no CONRE3, tem atuado como responsável técnico junto à diversas empresas irregulares, viabilizando o registro de pesquisas eleitorais por empresas que não possuem habilitação para exercer atividades estatísticas. Além disso, foi verificado que várias pesquisas cadastradas pelo Estatístico possuem irregularidades metodológicas, que inclusive foram alvo de denúncia por parte deste Conselho junto ao Ministério Público Eleitoral. Por fim, verificou-se que muitas das pesquisas realizadas pelo Estatístico na 4ª Região tiveram a divulgação suspensa pela Justiça”.
O Jornal O Globo que denunciou o caso, em outubro do ano passado. Segundo a publicação, o estatístico Augusto da Silva Rocha coordenou 937 pesquisas eleitorais em 2020. O número foi considerado recorde no país, superando institutos como o IBOPE e o DataFolha.
A maioria das pesquisas assinadas pelo estatístico foi financiada pelos próprios institutos contratados e a preços abaixo do que são geralmente praticados. Esse fato, considerado incomum, foi alvo de denúncia ao Conselho Federal da categoria.
Ainda conforme o parecer do CONRE 4, as suspeitas são de que Augusto empresta o nome para validar pesquisas fabricadas, que atendem a interesses de quem contrata os referidos institutos.
“O que se observa é que o Estatístico Augusto da Silva Rocha tem atuado como verdadeiro avalista de empresas que exercem ilegalmente a profissão de Estatístico. Além disso, conforme levantamento realizado por esta Autarquia, até o dia 25 de Outubro, o Estatístico Augusto da Silva Rocha desenvolveu trabalhos para 86 empresas diversas em 920 pesquisas eleitorais em todo o Brasil, o que é completamente inverossímil, pois, dada a complexidade dos trabalhos, não é crível que uma única pessoa consiga realizar tal monta de atividades e nem mesmo supervisionar os trabalhos com o devido zelo, sendo tal fato um forte indício de que o Estatístico Augusto da Silva Rocha vem cedendo seu nome para o registro de trabalhos desenvolvidos por terceiros”.
Muitos consideram a pesquisa sobre a disputa para o Governo do Estado em 2022 como duvidosa. O primeiro aspecto a ser considerado na análise da pesquisa é a escolha dos possíveis concorrentes de Denarium. Dos citados, apenas a ex-prefeita Teresa Surita já manifestou interesse em concorrer ao cargo.
Fontes indicam que o pastor Isamar deve disputar uma vaga no Senado Federal, enquanto o deputado Evangelista Siqueira não deve ter candidatura do PT ao Governo. Os partidos de esquerda devem se unir para apresentar um único nome.
Além disso, o ex-governador Neudo Campos tem condenação por peculato. Dessa forma, ele está com os direitos políticos suspensos e, portanto, impossibilitado de concorrer ao cargo. Assim, a inclusão de Neudo é vista como o primeiro indício de fraude na pesquisa.
Conforme a publicação, a sondagem para o Governo pode ter ocorrido entre os dias 1 e 8 de outubro deste ano, com 1.545 eleitores de dez municípios de Roraima. Do mesmo modo, diz ainda que o nível de confiança é de 96%, com margem de erro de 3%.
A publicação informa que o resultado completo da pesquisa está disponível no endereço eletrônico tudororaima.com.br. Trata-se de um blog, vinculado ao Estado de Rondônia, onde também fica a sede do Instituto Phoenix, realizador da pesquisa.
Nos comentários do próprio blog, os internautas questionaram a veracidade dos dados apresentados. Um deles compara a pesquisa aos resultados de sondagens para intenção de votos para a presidência do país.
Enquanto o outro, cita os cargos em comissão do Governo estadual, insinuando que o atual governador não tem chances no próximo pleito
Fonte: Da Redação
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