Com a aproximação das eleições para a prefeitos, o Governo de Roraima voltou a firmar contratos de altos valores com empresas que fornecem cestas básicas. A Secretaria de Estado do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes) contratou nesta semana uma firma para fornecimento dos alimentos pela quantia de R$ 52.125.000,00.
Conforme o contrato, a firma deve fornecer 300 mil cestas em até 12 meses. Uma das justificativas do Governo de Roraima foi a garantia da segurança alimentar das famílias que receberão os itens.
Em setembro de 2022, vésperas das eleições a qual o governador Antonio Denarium (PP) concorria à reeleição, o Executivo intensificou a entrega de cestas básicas. Uma grande movimentação de pessoas em um prédio do Governo no bairro Caimbé, próximo ao antigo Restaurante do Trabalhador chamou a atenção da população no dia nove daquele mês.
Vídeos enviados para a reportagem à época mostraram uma grande fila de pessoas para receber cestas básicas. Algumas carregavam até três cestas de uma só vez.
Em maio do ano passado, o Roraima em Tempo revelou que o Governo fez um calendário para entrega de cestas e recarga de R$ 200 dos cartões do Cesta da Família. E isso durante todo o período de eleição.
No mês de setembro do ano passado, por exemplo, a recarga do crédito estava marcada para dia 30. Ou seja, dois dias antes da eleição.
Compra de votos através da entrega de cestas básicas
Em agosto do ano passado, a TV Imperial recebeu uma denúncia que apontava que pessoas ligadas ao Governo de Roraima estariam fazendo o cadastramento de eleitores por meio de programas da Setrabes.
Conforme o conteúdo, informações como nome, CPF e endereço de pessoas estariam em listas feitas por cargos comissionados, diretores, bem como secretários que oferecem vantagens como cestas básicas e até dinheiro.
Por outro lado, no dia 23 de agosto do ano passado, moradores do Uiramutã denunciaram que o Governo mantinha uma grande quantidade de cestas básicas guardadas em um escola.
Conforme eles, os alimentos estavam no local há muitos dias. Então queriam saber o motivo pelo qual o Estado não entregava as cestas, já que eles têm necessidade.
Esquema
A reportagem teve acesso a um material que mostrava como funcionava o esquema de compra de votos. Dessa forma, o mapeamento já estava sendo realizado. Um dos locais das listas, por exemplo, era o residencial Vila Jardim, no bairro Cidade Satélite, zona Oeste de Boa Vista.
Além do nome completo e data de nascimento, a lista também tinha informações como condomínio, bloco, assim como o número do apartamento.
Ainda conforme a denúncia, o caso já estava sendo investigado pela Polícia Federal (PF).
Fonte: Da Redação