Política

Pesquisa revela boa adaptação de alunos às regras da proibição de celulares em sala de aula

Segundo o estudo do Lemann Center da Stanford Graduate School of Education, apresentado pela Frente Parlamentar Mista da Educação e pelo Equidade.info, nesta terça-feira, 27, cerca de 51% dos estudantes afirmaram seguir a nova legislação de restrição do uso de celulares em sala de aula.

O levantamento também aponta que 60% dos professores e 52% dos gestores apresentaram o mesmo comportamento dos alunos em relação a redução do uso dos aparelhos nas escolas.

O levantamento ouviu 1.057 estudantes, dos Ensinos Fundamental II e Médio, além de professores e gestores, em 149 escolas. Os dados são de fevereiro e março de 2025. O objetivo da pesquisa é produzir informações de qualidade que contribuam para políticas públicas orientadas a uma educação básica mais justa no Brasil.

Contudo, entre os alunos que levam o celular para a escola (46%), a pesquisa identificou diferenças significativas entre as etapas de ensino. No Ensino Médio, por exemplo, 63% dos alunos levam o aparelho, enquanto nos anos finais do Fundamental, esse número cai para 31%. Esses dados sugerem que políticas mais eficazes devem levar em conta as particularidades de cada faixa etária e nível de ensino.

Sobre os estudantes que ainda utilizam o celular na escola, 65% relataram usar o aparelho para finalidades pedagógicas, como tirar dúvidas escolares ou realizar atividades e deveres. Esse dado dialoga com outro. Quase 56% dos alunos disseram ter dificuldade em diminuir o tempo de uso do celular, mesmo após as regras em vigor.

Desafios sobre as novas regras

Outro ponto importante citado pela pesquisa é a necessidade de reforçar a comunicação dentro das escolas. Um terço dos alunos ainda não tem clareza sobre as regras, o que indica um desafio de implementação que vai além da legislação.

Em relação ao armazenamento dos celulares, uma alternativa muito usada, são as caixas na entrada da escola. Um em cada quatro gestores afirma ter adotado essa prática. Mas a maioria dos alunos, entre aqueles que ainda levam os celulares, 63%, ainda afirma guardar o aparelho na mochila durante as aulas. O que reforça portanto, o uso controlado e alinhado com a mudança.

De acordo com o professor responsável pela pesquisa Guilherme Lichand, coordenador do Equidade.info e docente da Stanford Graduate School of Education, em nenhum lugar do mundo políticas de restrição ao uso do celular conseguem levar o uso inadequado para zero.

“A redução na proporção de alunos que leva celular para escola e no tempo de uso inadequado entre os que levam já tem potencial de impactar positivamente a aprendizagem e o bem-estar dos estudantes. A aprendizagem parece ter aumentado como resultado dessa redução”, destaca.

O estudo também apontou a alta adesão de professores e gestores ao espírito da nova lei. A maioria reconhece a importância de limitar a utilização em sala de aula.

Fonte: Da Redação

Gabriel Mello

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