Os classificados no concurso da Polícia Militar de Roraima (PMRR) de 2018 seguem, pelo terceiro dia, em protesto para pedir a convocação.
Eles se reuniram na manhã de hoje (16) na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) e, a tarde, estiveram em frente ao Palácio do Governo, em Boa Vista.
Conforme um dos candidatos do certame, as mobilizações devem continuar até que o Governo de Roraima convoque todos os 470 classificados.
Além disso, a turma que espera o chamamento, criticou as recentes propostas do governador Antonio Denarium (PP) em criar novos cargos comissionados.
É que no último dia 13 de dezembro, ele enviou dois Projetos de Lei (PLs) à Casa Legislativa que pede a criação de 119 cargos comissionados.
Um dos objetivos do protesto é impedir a aprovação da pauta de comissionados na ALE-RR.
“De antemão iremos continuar na ALE-RR travando as pautas, como fizemos hoje. Nós somos classificados, então para quê criar cargos comissionados se há pessoas que estão aprovadas em todas as etapas e aptas para assumir o cargo? Por isso, continuaremos lá de segunda a segunda”, contou.
Ainda conforme ele, a previsão é que os deputados e o governador Antonio Denarium (PP) tenham uma reunião ainda hoje. Sendo assim, eles aguardam por um posicionamento do governo até o final do dia.
“Contamos com isso [uma resposta]. O governo alega que não tem dinheiro, porém quer aprovar a criação de novos cargos comissionados. Não tem lógica um negócio desses. Estaremos mobilizados até que se resolva nosso problema. Vamos em frente ao palácio demonstrar nossa indignação”, adiantou.
Os protestos iniciaram na última terça-feira (14) após um anúncio de Denarium, no qual apenas 240 classificados seriam chamados. Sendo 120 em janeiro e 120 seis meses depois. Assim, a turma que aguardava o chamamento iniciou o protesto na ALE-RR.
Nas redes sociais, o gestor respondeu aos candidatos que a convocação ocorre “com base na capacidade orçamentária do estado”.
Com a repercussão do caso, os deputados da ALE-RR debateram sobre a medida do gestor. Conforme Jorge Everton (sem partido), a contratação dos policiais custará em média R$ 1,5 milhão no orçamento público e relembrou que nos próximos dias a Casa deve votar o orçamento do estado.
Por outro lado, o deputado o deputado Jeferson Alves (PTB) criticou a criação dos cargos comissionados no governo.
“Vai dizer que não tem dinheiro? Se não tem dinheiro para chamar os aprovados tem dinheiro para criar cargo comissionado em plena vésperas de eleição?”, questionou.
Em seguida, Jorge Everton sugeriu que os parlamentares não votem projetos de cargos comissionados até que o governo resolva a questão do concurso.
Os dois PLs preveem a criação de vagas no Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima) e na Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh). No total, por ano, todos os 119 cargos devem custar aos cofres públicos R$ 1,8 milhão.
Além dos dois projetos, em setembro Denarium criou três secretarias na estrutura estadual. Em uma delas, nomeou a esposa, Simone Denarium.
Logo após isso, fez um projeto para criar a Fundação de Amparo à Pesquisa de Roraima (Faper), neste caso o PL prevê a criação de 45 comissionados e apenas 10 cargos efetivos.
Já no mês passado, ele fez mudanças na Secretaria de Articulação Municipal (Seampu). Além de alterar o nome, aumentou o número de cargos comissionados de 35 para 133. Assim, a despesa com a pasta passa a mais de R$ 4,1 milhões apenas com pessoal.
No último dia 10 deste mês, Denarium propôs a criação de 20 cargos comissionados na Procuradoria Geral do Estado (PGE). Neste caso, se aprovado, os cargos terão custo anual de R$ 1 milhão.
O governador também enviou um PL à ALE-RR para analisar a criação do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater). Conforme o documento, o instituto terá 111 cargos. Dessa forma, a folha de pagamento mensal é no valor de R$348.243,09. O investimento anual em salários do novo órgão será de R$ 4,1 milhões
Fonte: Da Redação
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