Foi no mínimo curiosa a postura tardia do senador da República Mecias de Jesus (Republicanos) com relação ao pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após visita ao estado de Roraima no último sábado (21).
Mecias usou as redes sociais para defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). E também afirmar que a falta de assistência ocorre porque os indígenas têm resistência quanto a ajuda de brancos.
Para quem não sabe, foi Mecias e o filho, o deputado federal Jhonatan de Jesus quem indicaram os últimos coordenadores do DSEI Yanomami. Ou seja, a situação degradante dos indígenas é de total responsabilidade de pai e filho.
Passaram pelo DSEI-Y Francisco Dias Nascimento Filho, Ramsés Almeida da Silva e Cândido José de Lima Barbosa, ambos indicados de Mecias. E ainda Rômulo Pinheiro de Freitas, indicação de Jhonatan de Jesus. Todos foram condenadores e, assim, compactuaram com toda situação ocorrida na TI Yanomami.
A crise se instalou nos últimos quatro anos
Na postagem de Mecias, ele tenta afirmar que o problema ocorre há pelos três décadas. E então empurra a culpa para adversários políticos. A afirmação do senador cai por terra quando se analisa o cenário ao longo dos anos. Caso os indígenas estivessem nesse total abandono há 30 anos, toda a população Yanomami já teria sido dizimada.
E mais: será que durante todo esse tempo, caso a situação fosse tão grave, todas as ONGs e parlamentares não teriam denunciado? Perguntas a serem feitas ao parlamentar que nunca se pronunciou sobre as mazelas registradas pela imprensa local nos últimos anos e que não é novidade para ninguém em Roraima.
O Portal Roraima em Tempo, por exemplo, coleciona matérias que mostram que os indígenas estavam sem alimentos, medicamentos e jogados a própria sorte há muito tempo. O Ministério Público Federal (MPF) também já havia se posicionado sobre o assunto por diversas vezes, mas ninguém fez nada.
Fonte: Da Redação