O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o senador Chico Rodrigues (PSB) preste informações sobre o fato de ter ido sozinho à Terra Yanomami.
Rodrigues preside a comissão criada pelo Senado para monitorar a crise na terra indígena em Roraima. O senador costuma defender abertamente o garimpo e os garimpeiros.
Assim, ele é alvo de uma ação no Supremo movida pela Urihi Associação Yanomami, que pede que o senador seja impedido de entrar na TI. Conforme a decisão divulgada ontem (2), Chico tem dez dias para enviar respostas ao STF.
O mandado de segurança protocolado pela associação afirma que Chico Rodrigues faz parte de um colegiado, composto por outros quatro senadores. Então não deveria ir sozinho ao território da etnia, já que “os parlamentares, individualmente, não podem realizar fiscalizações”.
“Apesar do óbvio, o Presidente da Comissão – notório defensor dos garimpeiros – no dia 20 de fevereiro, isoladamente, desembarcou no território indígena Yanomami, causando elevado desconforto e aumentando ainda mais a crise na localidade”, diz a ação.
“Os Yanomami compreendem que o Presidente da CTEYANOMAMI (comissão temporária externa) é um contumaz defensor dos garimpeiros que tanto mal fizeram ao povo yanomami e, naquela ocasião, sem os demais parlamentares, o povo diretamente atingindo não tinha a quem falar”, completa o documento.
Chico ficou conhecido em todo o país por esconder dinheiro na cueca em uma operação da Polícia Federal (PF). O caso ocorreu em outubro de 2020.
Ele tem defendido a retirada “pacífica” dos garimpeiros ilegais da Terra Yanomami. Além disso, Rodrigues chegou a dizer, em dezembro de 2021, que ficou com os olhos marejados ao ver equipamentos do garimpo ilegal sendo destruídos.
Fonte: Veja