O Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) remarcou, pela quinta vez, o julgamento da ação contra o ex-secretário da Saúde do Estado Airton Cascavel e o deputado estadual Éder Lourinho (PTC).
Eles são acusados de participar de esquema de compra de votos por R$ 100 na cidade de Caracaraí, região Sul de Roraima, nas eleições de 2018.
O TRE-RR remarcou o julgamento para a próxima sessão, no dia 24 de novembro. Mesmo pronto para julgar desde maio deste ano, após quatro suspensões, esta é a quinta vez que a votação é remarcada.
Em uma delas, no dia 25 de agosto, o juiz Francisco Guimarães pediu mais tempo para analisar o caso. Assim, a Corte remarcou a sessão para o dia 29 de setembro.
Em seguida, suspendeu por falta de quórum. Desta vez, quem remarcou o julgamento foi o relator do caso, juiz Luiz Alberto de Morais Júnior, que faltou à última sessão. Ele também solicitou a convocação de um juiz suplente devido o desembargador presidente, Leonardo Cupello, ter se declarado impedido.
“Solicito a convocação de Juiz Suplente da Classe dos Desembargadores, a fim de participar do julgamento em questão, vez que o Excelentíssimo senhor Desembargador Presidente deu-se por impedido”, disse.
Votos do TRE
Antes da suspensão do julgamento, o juiz Francisco Guimarães votou pela improcedência da ação. Ou seja, por não cassar o mandato de Lourinho e multar Cascavel. De acordo com ele, as investigações não demonstram a ligação de Éder Lourinho com a compra de votos.
Em contrapartida, o relator Luiz Alberto de Morais Júnior, votou pela condenação dos envolvidos.
O relator disse que os testemunhos e as provas do Ministério Público Eleitoral um dia antes das eleições comprovam o esquema.
Compra de votos
Em outubro de 2018, um dia antes das eleições, o Ministério Público Eleitoral fiscalizava a região da Prainha, em Caracaraí, quando viu uma reunião.
Os agentes resolveram ir até o local, pois um carro de luxo estacionado chamou a atenção, já que estava em uma região periférica de Caracaraí.
Na ocasião, quatro pessoas acabaram presas. Uma delas um pastor evangélico. No veículo os agentes encontraram R$ 6,6 mil.
Conforme as investigações, o valor era para pagar os eleitores em troca de votos para Éder e Cascavel. Além disso, o ministério recolheu santinhos e listas com nomes de moradores.
Os depoimentos de sete pessoas confirmaram que o dinheiro se tratava de um “agrado” para apoiar os candidatos. Uma das promessas do pastor era fazer um churrasco depois das eleições e convidar os eleitores.
Os relatos de Cascavel, Éder e os envolvidos entraram em contradição, o que sustenta, conforme o relator, a prática criminosa.
Cascavel, por exemplo, disse que o dinheiro encontrado no carro seria para pagar por um passeio turístico depois das eleições, para “relaxar”.
Fonte: Da Redação