Só protelando
Confiante, o governador Antonio Denarium (PP) afirmou em entrevista que acredita que vai reverter no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a decisão que cassou o seu mandato aqui em Roraima. Mas sua estratégia de apresentar embargos e mais embargos no TRE-RR demonstra o contrário, pois prova que ele quer manter o processo aqui o máximo de tempo possível para protelar um julgamento na Corte em Brasília.
Enquanto isso…
Denarium protela a ida do processo para o TSE e ganha mais tempo. Enquanto isso, o Governo e seus aliados fazem a festa com o dinheiro público. Assim foi na Expoferr com o contrato de R$ 17 milhões com uma empresa ligada ao ex-deputado Damosiel, que tem portas abertas na Assembleia Legislativa. E, do mesmo modo, foi o contrato do senador Hiran Gonçalves (PP) de R$ 56 milhões na Sesau. E é importante destacar que a Sesau só publicou errata corrigindo o valor para R$ 8 milhões após denúncia da imprensa.
Por falar nisso…
E por falar em farra com o dinheiro do povo, ontem 17 deputados aprovaram um pedido do governador para usar R$ 37 milhões do Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima) em obras. E, como o Governo tem feito ultimamente, não especificou no PL as obras que receberão esses milhões. Não há no sítio eletrônico de apoio ao legislativo uma tabela com demonstrativo sobre esse investimento.
Empréstimo
Essa falta de transparência do Governo ao pedir autorização da Assembleia também ocorreu no pedido para fazer o empresário de R$ 805,7 milhões. Eles não disponibilizaram o plano de aplicação desse recurso no sistema da Casa. E, pior que isso, é que os deputados aprovaram o pedido assim mesmo. E por falar nisso, há vários processos relacionados a este empréstimo no sistema do Governo. Conforme os documentos, a impressão é que o Governo está correndo contra o tempo para enquadrar o Estado na Lei de Responsabilidade Fiscal e, assim, conseguir este altíssimo valor. Já houve até publicação de crédito suplementar com este recursos que ainda nem foi aprovado pela Secretaria Nacional do Tesouro.
Protelatórios
O ex-deputado Renanzinho Beckel teve o mandato cassado no TRE-RR por compra de votos nas eleições de 2018. Assim como Denarium, apresentou embargos, que foram rejeitados e depois apresentou novos embargos. Mas o juiz relator considerou os embargos como protelatórios e aplicou multa no então parlamentar. Ele recorreu ao TSE, mas a Corte manteve sua condenação.