Baixa procura por exames faz câncer de próstata avançar

Doença segue como segunda mais comum entre homens no Brasil

Baixa procura por exames faz câncer de próstata avançar
Brasil registrará 65 mil novos casos da doença em 2021 – Foto: Divulgação

Apesar do Novembro Azul, mês de conscientização e combate ao câncer de próstata, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é a de que só neste ano o Brasil registrará 65 mil novos casos da doença.

Além disso, O Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS), mostrou que as consultas urológicas na rede pública diminuíram em 33,5% entre 2019 e 2020. As cirurgias para retirada da próstata devido ao câncer também caíram: 21,5%.

Em Roraima, os casos da doença aumentaram em 60%, com uma estimativa de 24,85 casos para cada 100 mil homens, conforme noticiou o Roraima em Tempo.

Retrocesso

O câncer de próstata tem 90% de chance de cura quando diagnosticado precocemente. Quem alerta são os urologistas Rodrigo Lima e Frederico Xavier, membros da Singulari Medical Team.

O segundo mais comum entre os homens brasileiros no país, ele engloba 29% dos tumores malignos desse grupo.

Contudo, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) afirma que dois terços dos homens com mais de 40 anos não realizam exame de toque. Outra metade jamais fez teste de PSA, o exame de sangue usado para ajudar no diagnóstico.

Mais do que isso, Rodrigo Lima ressalta que a SBU registrou uma queda de 21% nas biópsias e de 27% no exame de sangue entre 2019 e 2020.

“Isso reforça a necessidade de acompanhamento regular. Muitas doenças crônicas tiveram acompanhamento e tratamento adiados por conta da pandemia.

Do mesmo modo aconteceu com os exames preventivos, de check-up e de rastreamento de doenças.

É muito importante que, num momento de melhora do cenário com relação à infecção e internação por coronavírus, as pessoas se atentem a essas questões e retomem os cuidados básicos com a saúde” pontua o urologista Rodrigo Lima.

Silêncio perigoso


De acordo com o médico Frederico Xavier, a ausência de sintomas não pode ser encarada como sinal de que não existe a problema, bem como de que não há necessidade de fazer consultas regulares.

Podem surgir problemas como dores intensas, alterações urinárias e até insuficiência renal. Mas na maioria dos casos, esses sintomas ocorrem já em etapas avançadas da doença.

“Mesmo em casos muito avançados, existem opções de tratamento como bloqueio hormonal com injeções, radioterapia, medicamentos, terapias, entre outros”, lista.

Conforme o médico, esses tratamentos não promovem mais a cura na fase avançada da doença. “Porém, melhoram e muito a qualidade de vida dos pacientes, prolongando, inclusive, a sobrevida”, ressalta.

Dessa forma, além dos exames regulares a partir dos 40 anos de idade, também é importante estar atento a fatores de risco que podem aumentar as chances.

Histórico familiar, sedentarismo, obesidade, alimentação rica em gordura animal e deficiente em frutas, legumes, verduras e grãos, bem como o avanço da idade são alguns deles. 

Além do câncer

De acordo com os especialistas, há fatores que ainda são obstáculos afastando os homens do consultório. Por exemplo: machismo, falta de prioridade com a saúde, falta de informação e, consequentemente, medo de dor ou de descobrir doenças.

Vencer essa barreira é fundamental para mudar o quadro atual em que 1 em cada 7 homens deve ser vítima da doença.

“Em relação à prevenção, o que costuma ser bom para o coração também tem efeito contra o câncer de próstata.

Cuidar do peso, reduzir consumos de gorduras animais e excesso de carboidratos são medidas que reduzem o risco de doença maligna na próstata.”argumenta o urologista rodrigo lima

O médico esclarece que os tratamentos se baseiam, principalmente, na retirada cirúrgica da próstata.

Além disso, há opções menos invasivas, caso o paciente não seja candidato a cirurgia, como radioterapia ou terapia focal com ultrassom de alta intensidade (HIFU).

Ainda assim, para os casos cirúrgicos, existem opções minimamente invasivas, especialmente com auxílio da cirurgia robótica, que reduzem de modo importante as complicações cirúrgicas indesejadas do tratamento (incontinência urinária e disfunção erétil).

Fonte: Plena Estratégias Criativas 2021

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