Em um intervalo de um ano, o número de doadoras do banco de leite materno em Roraima caiu de 1.095 para 794, ou seja, 27%. As informações são da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
Com a queda, a arrecadação de 1,4 mil litros de leite em 2019 caiu para 1,1 mil litros no ano passado. No primeiro semestre deste ano os números seguem em baixa.
Até o mês de junho, o banco de leite contou com a doação de 589 mulheres e arrecadou pouco mais de 680 litros de leite, essencial para os primeiros meses dos bebês. O quantitativo auxiliou na alimentação de 1.077 recém-nascidos.
Já em 2019, as doações beneficiaram 2.636 bebês, número bem superior ao registrado em 2020, quando as doações contemplaram 2.126 crianças.
A fonoaudióloga da Maternidade Nossa Senhora de Nazaré, Karla Patrícia de Carvalho, que atua no incentivo e promoção do aleitamento materno, avalia que a redução é motivada pela pandemia, mas não deve ser motivo para interromper a doação.
“A doadora deve adotar todos os cuidados de prevenção e higiene pessoal. No caso em que estiver infectada, é preciso aguardar o período de recuperação da doença, para que volte a rotina de doação de forma segura”, disse.
Na unidade de saúde, as doadoras destinam o leite aos recém-nascidos que estão internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal.
Em alguns casos, quando a própria mãe do recém-nascido não produz leite suficiente, o ato de solidariedade é a única saída.
Segundo a servidora pública Janynnie Matos, doadora desde o ano de 2002, a experiência é gratificante.
“O meu maior desafio foi doar pra minha própria filha que ficou internada em 2017. Ordenhar e doar é um ato de amor. Agora, ordenhar e doar para o próprio bebê é algo que não consigo explicar. É bom saber que as mães podem contar com Banco de Leite”, relembra.
Com o baixo estoque, a unidade reforça que a doação garante a alimentação saudável de bebês internados.
“Nós temos garantido uma coleta e armazenamento seguro do leite doado. É importante lembrar que existe a coleta domiciliar, feita pelo Corpo de Bombeiros, equipados com máscaras e higienizantes, para dar comodidade às doadoras”, fala a coordenadora do Banco de Leite, Silvia Furlin.
A campanha ‘Agosto Dourado’ tem esse nome em alusão à definição da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o leite materno como alimento padrão ouro para a saúde dos bebês.
“É um alimento rico em proteínas, vitaminas, gorduras e água, que atua no desenvolvimento cerebral, ajuda a combater infecções, previne diarreia e obesidade, ajuda no desenvolvimento dos dentes e auxilia no bom desenvolvimento da respiração”, disse a fonoaudióloga Karla.
De acordo com o Ministério da Saúde, a amamentação é exclusiva nos primeiros seis meses de vida do bebê. Do sexto mês até os dois anos ou mais, o ministério recomenda que a amamentação seja mantida junto ao consumo de alimentos.
A Maternidade terá programações ao longo do mês, incluindo palestras, sorteio de brindes para fortalecer a corrente de doações. A programação pode ser vista neste perfil: @maternidaderr.
Por Redação
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