Antonio Denarium será eternamente lembrado em Roraima como “o governador da maternidade de lona”. O único no país que, em vez de alugar um prédio para instalar um hospital, alugou tendas e lonas. Esse é mais um triste episódio na história da Saúde de Roraima, que parece sempre estar nos últimos suspiros.
Para quem não sabe, os contratos de aluguel daquela estrutura improvisada já somam R$ 24 milhões.O valor é duas vezes maior que o investido na reforma da maternidade. Que, inclusive, depois de dois anos de obra, não tem se quer previsão de conclusão.
O pior de tudo é o sentimento das mulheres quando vai se aproximando o início do trabalho de parto. Elas sentem tanto pela insalubridade da maternidade, quanto pelo temor de chuva. Pois dentro das lonas chove tanto quanto fora.
Mas a água da chuva não é a única ameaça para gestantes e recém-nascidos ali. No último episódio, pacientes e servidores viveram momentos de terror com alarme de incêndio, suspeita de fogo na UTI-Neo natal e os ventos que levaram parte do forro e da cobertura da maternidade.
Os relatos são de entristecer. Pais que invadem a estrutura em busca da família que está sob as tendas; por outro lado, familiares ligando para jornais em busca de informações e etc.
Dezenas de vídeos circulam na internet mostrando o desespero de pacientes e servidores. E tudo o que eles podem contar no momento é com baldes e rodos para tirar a água dos corredores. Enquanto isso, o governante de Roraima, responsável pelas vidas de todas aquelas mulheres e crianças, pede votos no interior.
Logo depois da chuva e de tudo “arrumado”, ele encontra uma apertada vaga na agenda, junta uma comitiva, chama fotógrafos, imprensa e vai na maternidade. Conforme ele, tudo está muito bem.
Ao terminar a ‘visita’, Denarium retoma sua agenda de compromissos eleitorais e desaparece. E assim, nunca mais toca no assunto. Sua prioridade, assim como foi na pandemia, é guardar dinheiro, bem como se reeleger. Mesmo que seja às custas de vidas humanas.
Vidas essas que se foram por falta de aparelhos para respirar no HGR. Pois o dinheiro para comprar os respiradores virou notícia de escândalo nacional de corrupção. Assim como também foi encontrado na cueca de um senador.
Vidas também se foram a espera de uma cirurgia. Por outro lado, pessoas também perderam a vida por falta de médico. E bebês morreram nas barrigas de suas mães.
Os causadores de todos esses problemas estão por aí com as mãos abarrotadas de dinheiro e pedindo voto. Esnobando da Justiça, do povo, da imprensa que denuncia e até mesmo das pacientes na maternidade de lona.
Mas uma coisa é certa: dinheiro não compra vidas.
Por Rosi Martins
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