Criança Yanomami morre por falta de atendimento médico

Segundo informações, não havia gasolina nos barcos para levar a equipe médica à comunidade

Criança Yanomami morre por falta de atendimento médico
Criança indígena Yanomami- Foto: Divulgação/Júnior Yanomami

Uma criança Yanomami de 3 anos morreu, nessa quarta-feira (17), na comunidade Xaruna, na TI Yanomami, por falta de assistência médica.

De acordo com Junior Hekurari, presidente do Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuanna (Condisi-YY), o menino apresentava sintomas de malária e pneumonia.

O polo base fica há cerca de duas horas de barco da comunidade onde a criança precisava de tratamento. No entanto, o menino não recebeu assistência, pois os médicos não tinham como chegar até o local por causa da falta de combustível para o barco.

Segundo os Yanomami da localidade Parima, não há combustível para os barcos desde o início do mês. Dessa forma, os médicos não têm como irem até as comunidades.

Saúde Indígena

Ainda nessa quarta-feira (17) o Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o Governo Federal detalhe em até cinco dias a situação do povo Yanomami. Também solicitou que assegure condições mínimas às comunidades.

Além disso, no dia 15 deste mês, o Ministério Público Federal (MPF) solicitou à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e ao Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI Yanomami) um plano de reestrutura da saúde dos povos indígenas, que deve ser entregue em até 90 dias.

De acordo com o MPF, os órgãos receberam cerca de R$190 milhões para prestação de serviços nos últimos dois anos. Porém, a saúde indígena apresentou pioras “impressionantes” nos indicadores.

Quando se trata de mortalidade infantil, por exemplo, no início de 2021 o número foi de 133,3 mortes para cada mil nascimentos. Além disso, o que costuma vitimar muitas crianças da etnia é a malária.

Em menos de dois anos, foram registrados cerca de 44 mil casos da doença na população Yanomami, que é de 28 mil pessoas. Somente em 2020, a TI concentrou 47% de todos os casos de malária em TI´s brasileiras.

DSEI Yanomami

O Roraima em Tempo entrou em contato com Rômulo Pinheiro, diretor do DSEI Yanomami sobre a falta de gasolina nos barcos. No entanto, até a publicação desta matéria ele não respondeu.

Fonte: Da Redação

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