Familiares de gestante com feto morto denunciam espera por exame de urgência na maternidade do governo

Mulher teria que fazer ultrassom, mas acabou procurando o exame em clínica particular

Familiares de gestante com feto morto denunciam espera por exame de urgência na maternidade do governo
Fachada da maternidade – Foto: Yara Walker/Roraima em Tempo

Taciane Costa, cunhada da paciente Taiane de Oliveira, grávida de oito meses, entrou em contato com o Roraima em Tempo nesta quinta-feira (24) para denunciar negligência na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth. A gestante teria que esperar horas por um exame de urgência.

Conforme a denunciante, a cunhada deu entrada na maternidade às 08h30 da manhã de hoje. Ao realizar o exame de toque, a médica da unidade informou que a mulher estava com um coágulo. Por isso, a encaminharam para realizar um ultrassom.

Ao fim do exame, a equipe médica constatou que o feto estava sem batimentos cardíacos. A mãe da gestante solicitou outro ultrassom. Entretanto, servidores do local informaram que ela teria que esperar até às 15h para fazê-lo.

“Eu acho que daí ela já era para ter sido encaminhada para uma cesariana, porque ela já está com 8 meses de gestação. Eles queriam que ela permanecesse aqui até às 15h para repetir uma ultrassom para dar o procedimento que eu não sei qual é”, explicou.

Emergência

A família decidiu sair da maternidade e ir em busca de uma clínica particular que realizasse o serviço, pois segundo a denunciante, se trata de uma emergência.

“A mãe dela conseguiu um atendimento na Unimed para ela fazer um ultrassom, para saber se, de fato, o bebê está sem vida. Mas que houve um descaso, houve da parte da maternidade. Se ela chegou aqui com esse problema, era para ela ter sido encaminhada de urgência para uma cirurgia de emergência”, denunciou.

Além disso, a família resolveu chamar a polícia para que ajudassem a resolver a situação, mas nenhuma guarnição compareceu.

“Eu liguei para a polícia, mas é óbvio que a polícia não vem aqui. Já tem meia hora que eu liguei. A polícia não vem porque é governo, não é? Então não vem”, disse.

A cunhada da paciente contou que já precisou do serviço da maternidade e “sentiu na pele” o tratamento que as pacientes passam no local.

“Na minha primeira gravidez eu não cheguei a vir para a maternidade, foi toda no particular. Mas quando eu estava sangrando e eu tive que vir para maternidade, eu senti na pele o que é que acontece aqui dentro”, desabafou.

O que diz o governo

Em nota a Secretaria de Saúde (Sesau) disse que a denúncia não procede, pois a paciente estava sendo acompanhada pela equipe médica da maternidade. Disse anda que o protocolo de atendimento estabelece que pacientes com feto morto são submetidas a procedimento de parto normal.

Outras denúncias da maternidade

No último dia 18, uma mãe denunciou a espera de 24h por um cardiologista. De acordo com a mulher, ela deu entrada na unidade na última terça-feira (15) e realizou o seu parto. No dia seguinte, iria receber alta juntamente com o seu filho. Entretanto, o recém-nascido apresentou cansaço durante a amamentação.

Por isso, uma pediatra da maternidade pediu um ecocardiograma. Porém, o cardiologista não estava no local. O médico só chegou na unidade 24h depois.

Ainda neste mês, uma mãe perdeu o filho após o parto. Logo depois, a família denunciou o “sumiço” do corpo do recém-nascido. A avó da criança relatou que o neto faleceu por volta das 17h dessa segunda-feira (15), mas a família só conseguiu localizar o corpo no final da tarde desta terça-feira.

Fonte: Rádio 93FM

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