Saúde

Governo não fornece transporte para beneficiados pelo Centro de Atenção há três anos, diz denúncia

Maria Madalena Veras de Lima, de 60 anos, mãe de uma mulher de 35 anos assistida pelo Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência (CIAPD) do Governo de Roraima, antigo Rede Cidadania, denunciou à redação da Rádio 93FM a falta de auxílio com ônibus para ir até o local. O problema já ocorre há três anos.

Ela conta que a filha tem uma lesão cerebral e por isso precisa de todos os cuidados como um bebê. Há 20 anos, a mulher recebe atendimento por meio do governo. Entre os benefícios estava o ônibus para frequentar a sede do CIAPD.

Porém, a mãe revela que no primeiro ano de mandato, o governador Antonio Deanrium (PP) cortou o auxílio, o que afetou diretamente a família.

“Quando ele estava na campanha ele dizia que ia melhorar o Rede Cidadania, que ia deixar tudo certinho, que ia melhorar a saúde e a educação, o sistema prisional. Tudo ele ia melhorar! Até agora só a segurança que ele colocou essas viaturas que quando terminar a eleição vai tudo voltar para Manaus. Eu já conheço essa história”, criticou.

Além disso, a idosa conta que chegou a buscar uma resposta junto ao governo. À época, a primeira-dama afirmou que estava tentando resolver a questão do transporte. No entanto, dias depois ela chamou as famílias do programa para dizer que não contrataria mais ônibus.

“Ela simplesmente falou que lamentava o que ela tinha para dizer para gente, mas o que ela tinha para dizer é que o Rede Cidadania não ia funcionar mais através de ônibus. Ia funcionar, mas o pai tinha que buscar e levar e o aluno que pudesse ir sozinho iria. Agora lá é uma rede de atendimento à pessoas com deficiência, acho que poucos têm condições de ir sozinho”, pontuou.

Falta de auxílio

Ainda conforme Madalena, ela recebe apenas um benefício no valor de um salário mínimo por mês. Assim, precisou fazer um empréstimo para arcar com os custos de medicação para a filha e agora só recebe R$ 820,00.

Tanto a mãe quanto a filha precisam de medicações. De acordo com ela, os remédios chegam a quase R$ 500,00. O restante do dinheiro é dividido entre contas básicas, como energia água e internet. Para comer, elas contam com doações.

“A gente só não passa fome porque temos ganhado bastante doação de cestas básicas. A gente ganhou uma cesta básica de um amigo nosso. Ele participou de um amigo secreto do trabalho dele e pediu que não queria ganhar presente, mas sim uma cesta básica para doar para gente. Nós comemos o mês de janeiro, fevereiro, só não veio a mistura”, detalhou.

Por outro lado, a idosa conta que quando a filha frequentava o programa do governo tinha todo o atendimento médico necessário. No entanto, agora precisa ir à Clínica Coronel Mota para receber atendimento e tentar pegar remédios. Ainda assim, ela precisa comprar parte dos medicamentos.

“Pelo menos para essas crianças ele poderia dar uma cesta básica, mas nem isso ele fez. Ele [governador nunca fez nada, abandou os deficientes de Roraima e o povo vota nele, acreditando que ele ia ser bom por ter um filho especial. Eu sempre tive meu pé atrás que isso não ia acontecer porque ele não é igual a gente, que passa por muita dificuldade e luta”, afirmou.

O que diz a Setrabes

A Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social informa que está em andamento o processo para aquisição de ônibus que vai transportar os usuários do Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência. Dessa forma, devem ser respeitados os prazos previstos em Lei.

Fonte: Rádio 93FM

Samantha Rufino

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