A Justiça de Roraima determinou que o governo envie no prazo de 48 horas médicos para o Hospital Vereador José Guedes Catão, em Mucajaí, Sul do estado. A decisão é dessa quarta-feira (2), proferida pela juíza da Comarca de Mucajaí, Patrícia Oliveira dos Reis.
Procurado, o governo informou que ainda não foi notificado sobre a decisão. No entanto, também afirmou que enfrenta dificuldades para contratar médicos, pois os profissionais se recusam a trabalhar no interior do estado.
Esta decisão ocorre após uma série de denúncias sobre a falta de profissionais na unidade. Anteriormente, o Ministério Público de Roraima (MP) ajuizou uma ação para que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) fornecesse médicos para suprir a demanda do hospital.
Assim, a decisão da juíza atende ao pedido do MP. No documento, a Justiça determina que o governo destaque dois médicos do quadro de servidores do estado por plantão.
Conforme o promotor Ulisses Moroni Júnior, a prestação do serviço deve ser adequada. Ou seja, o Estado deve adotar todas as medidas necessárias para garanti-lo.
“Se o serviço ofertado está afetado acentuadamente, a população local está irremediavelmente prejudicada. Uma vez que a saúde é requisito essencial e de forma alguma o direito da comunidade usuária pode ser violado”, concluiu.
Denúncias no Hospital de Mucajaí
Na última terça-feira (1º), familiares de um paciente denunciaram ao Roraima em Tempo que o homem morreu devido à falta de profissionais na unidade.
Conforme a denúncia, o homem apresentava sintomas de parada cardiorrespiratória e recebeu atendimento dos servidores do hospital, mas com orientações do Samu, por meio de telefone.
Contudo, em nota, a Sesau disse que o “paciente recebeu o primeiro atendimento no Hospital de Mucajaí que conta com quatro médicos”.
Já no ano passado, vereadores de Mucajaí denunciaram a falta de médicos na unidade por diversas vezes. Eles chegaram a protocolar duas representações contra o governo do estado no Ministério Público de Roraima (MPRR).
Na última denúncia, os parlamentares afirmaram que, por falta de médicos, servidores estavam dispensando pacientes. Em seguida, no dia 12 de janeiro, o MP ajuizou uma Ação Civil Pública.
Precariedade
Ainda de acordo com o vereador Joelson, os funcionários do hospital trabalham de forma precária.
“Só para você ter uma ideia, vai fazer um ano que o governador iniciou uma obra de reforma do hospital, após muita pressão da Câmara dos Vereadores e da população. Então derrubou metade do hospital e deixou a equipe de enfermeiros trabalhando lá de forma insalubre”, relatou.
Em agosto de 2021, o Conselho Regional de Medicina (CRM) já havia constatado as condições de trabalho na unidade. A vistoria ocorreu no dia 18 daquele mês.
Entre os problemas encontrados pela equipe estava a falta de água e infiltração na sala de descanso. A coordenadora do Departamento de Fiscalização do CRM, Rosa Leal, disse que a situação era ‘degradante’.
Fonte: Da Redação