Saúde

MPF recomenda intervenção do Ministério da Saúde no Dsei Yanomami

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou a intervenção do Ministério da Saúde no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami, (Dsei Yanomami). A recomendação foi feita nesta quarta-feira (30).

A medida é resultado de investigação do desvio de recursos públicos na compra de medicamentos.

Leia aqui.

Conforme o documento, indícios apontam a participação de agentes públicos e privados em práticas fraudulentas nas duas últimas gestões do Dsei Yanomami.

Assim, MPF está acompanhando a situação tanto em Roraima quanto no Amazonas desde 2020. Na ocasião houve um aumento casos de malária e dos índices de mortalidade infantil e subnutrição.

Dessa forma, os índices vão na contramão do aumento de investimentos feitos pelo Governo Federal na saúde dos indígenas.

Fraude

Assim, o órgão também instaurou um inquérito civil após denúncias relatando a falta de medicamentos para tratamento de saúde dos indígenas.

A principio, no decorrer das investigações, foi identificado que que o DSEI Yanomami contratou no ano de 2021 o valor de R$ 3 milhões em medicamentos essenciais – incluindo o vermífugo albendazol, no entanto, apenas uma parte pequena foi entregue ao órgão de saúde e distribuída aos indígenas.

‘Agentes sem experiência’

Ainda de acordo com o MPF, , essas irregularidades decorrem da nomeação de coordenadores distritais por critérios políticos ao invés de técnicos. Conforme apurado no inquérito civil, os dois últimos gestores do Dsei Yanomami eram agentes sem nenhuma experiência em saúde pública ou povos indígenas.

Dessa forma, indícios de irregularidades na licitação e na execução do contrato para fornecimento de medicamentos, bem como a facilidade de inserção de dados falsos nos sistemas de controle demonstraram a fragilidade da supervisão exercida pela Sesai.

Intervenção

Do mesmo modo, o MPF quer então que o Ministério da Saúde Saúde nomeie um interventor para a chefia do órgão e para garantia da correta aplicação das verbas destinadas ao atendimento dos indígenas.

No entanto, a nomeação precisa seguir critérios técnicos. E, que o interventor tenha experiência e conhecimento em gestão de saúde e de políticas públicas aos povos indígenas.

Ele também tem que investigar as denúncias apresentadas, assumir o controle dos contratos já firmados e apresentar um cronograma de ações para garantir o pleno restabelecimento do estoque de medicamentos e sua dispensação aos estabelecimentos de saúde da TI Yanomami.

Logo, a intervenção deverá então ocorrer por tempo necessário.

Por fim, o órgão quer ainda que a Sesai crie um grupo específico para acompanhar em tempo real a situação da saúde na Terra Yanomami.

Fonte: Da Redação

Polyana Girardi

Recent Posts

IFRR: Campus Amajari abre seletivo para curso de Técnico em Agroindústria

Conforme o edital, 80% da carga horária será ofertada de forma remota e 20% por…

13 horas ago

Brasil está entre os cinco países mais procurados por viajantes internacionais para férias entre abril e junho

Em comparação com o mesmo período do ano passado, houve crescimento de 61% nas buscas…

13 horas ago

Projeto de alfabetização transforma hiperfoco em inspiração para crianças com autismo

Na Rede Municipal de Ensino de Boa Vista, alunos como Alfredo, de 8 anos, viram…

14 horas ago

Operação GTA: Polícia Civil apreende adolescentes que ameaçavam policiais militares que atuam em escolas públicas

Investigação teve início a partir de registros de oito Boletins de Ocorrência e dois Boletins…

18 horas ago

Polícia Civil prende jovem por estupro de menino de 10 anos no Jardim Equatorial

Investigação do crime começou após o pais da criança denunciar na delegacia

20 horas ago

Aprovado Projeto de Lei que obriga SUS a oferecer tratamento de lábio leoporino

Texto segue para sanção do Governo Federal. Projeto prevê que quando a criança tiver diagnóstico…

20 horas ago