Paciente tem rejeição de implante após cirurgia na MedTrauma e alega que empresa se recusa a remover: ‘fui parar na UTI duas vezes por conta dessa negligência’

Desde o acidente em 2021 a paciente já passou por dez cirurgias para colocar fixador externo e haste de titânio, todas tiveram rejeição

Paciente tem rejeição de implante após cirurgia na MedTrauma e alega que empresa se recusa a remover: ‘fui parar na UTI duas vezes por conta dessa negligência’
Fachada do HGR – Foto: Rosi Martins

A bombeira civil Lia Skarlet Rodrigues Garreto, de 26 anos, sofreu um acidente em 2021 onde teve várias fraturas, precisando passar por uma cirurgia na perna direita no Hospital Geral de Roraima (HGR).

Ela procurou o Roraima em Tempo para denunciar uma negligência médica, após passar por cerca de dez cirurgias, e seu corpo sofrer rejeição, além de ter quadro infeccioso agravado de osteomelite (é uma infecção óssea que pode ser causada por bactérias, fungos ou micobactérias). 

De acordo com Lia, a empresa MedTrauma que presta serviço de ortopedia para a Secretaria de Saúde de Roraima (Sesau), responsável pela última cirurgia, que ocorreu em 2023, se recusa a tratar o caso e fazer a retirada da haste de titânio de sua perna.

“Fui para o Cosme e Silva e o ortopedista me encaminhou para o ambulatório da Medtrauma, pois foram eles que fizeram minha última cirurgia. Ele me deu a orientação de fazer a retirada da haste o quanto antes, antes de agravar. Pois a última vez eu passei 1 ano e 5 meses no HGR. Eles esperaram se agravar para poder agir. Novamente quando pedi ajuda falaram a mesma coisa, que só vão recomendar tirar quando a infecção atingir o osso. Enquanto isso eu venho sofrendo muito esses dias com dores e minha perna inchada”, contou.

Sequelas

Desde a última cirurgia, Lia teve várias intercorrências e, por duas vezes, ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ela adquiriu outras complicações como convulsões e diagnóstico de epilepsia. “Eu venho sofrendo muito, além desse problema na perna com dores constantes, eu não poso trabalhar, pois eu tinha uma profissão antes do acidente, e por conta de tantas cirurgias tive sequelas neurológicas, comecei a ter convulsões e, hoje, tomo remédio controlado para epilepsia. Poxa, eu fui parar na UTI duas vezes por conta dessa negligência eu não tenho condições de fazer particular aí eu preciso ficar me humilhando pra ter uma ajuda, eu estou cansada já de sofrer”, desabafou.

Conforme Skarlet o médico disse que o SUS funciona como ele quer. “O médico ainda teve a audácia de me falar que não era do jeito que eu queria, pois o SUS funciona é do jeito que eles querem. Eu queria saber se esses médicos ganham para não ajudar a gente! Poxa, é uma roleta russa, eles brincam com as nossas vidas”, disse.

Erro médico

A empresa MedTrauma é alvo de uma série denúncias de pacientes por conta de erros médicos. Em 2024 uma paciente de 55 denunciou que após realizar uma cirurgia ortopédica. Conforme a denúncia, a paciente não consegue mais ficar de pé após a cirurgia no joelho, a equipe médica colocou parafusos no lugar errado.

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Fraudes em contrato de cirurgias ortopédicas

Em fevereiro de 2023, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação que investiga suspeita de fraude em um contrato de R$ 30 milhões da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) com a empresa MedTrauma. À época, ex-secretária Cecília Lorenzon foi afastada do cargo por determinação da Justiça Federal. Em abril de 2023, o TCU embargou o contrato de R$ 30 milhões da Sesau com a empresa e também determinou a paralisação dos pagamentos.

O que diz a Sesau

Em nota, a Secretaria de Saúde disse que a última consulta da paciente foi no dia 02 de março de 2023, e após isso não compareceu às consultas seguintes.

Afirmou ainda que somente no dia 03 de fevereiro de 2025 a paciente retornou queixando-se de dor. Nesse dia, conforme a Pasta, ela realizou raio-x e recebeu avaliação do médico que prescreveu medicação antes de realizar qualquer tratamento mais invasivo.

Por fim, a Sesau informou que a paciente recebeu encaminhamento para marcar uma nova consulta após o período de 21 dias que corresponde a medicação prescrita pelo médico.

Fonte: Da Redação

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