Pacientes que fazem tratamentos com o cannabis medicinal em Boa Vista realizarão uma manifestação em frente ao Conselho Regional de Medicina (CRM). Eles pedem a reformulação da Resolução 2324/22 do Conselho Federal de Medicina (CFM) que restringe o uso do medicamento.
A princípio, a manifestação ocorrerá nesta sexta-feira, às 16h em frente ao CRM de Roraima, localizado na Avenida Ville Roy, 4123, bairro Canarinho. Em Roraima, estima-se que cerca de 300 pessoas utilizem medicamentos derivados da cannabis.
“É uma resolução que fere os direitos dos pacientes. As famílias estão muito comovidas com isso, então a manifestação é pacífica, de familiares, de pacientes do canabidiol, como forma de sensibilizar os conselhos regionais de medicina, da injustiça que essa resolução carrega, pois não considera o efeito que vai causar em pacientes que já fazem o uso há anos do canabidiol”, disse a Defensora Pública Jeane Magalhães.
A resolução limita o medicamento ao tratamento de epilepsias, excluindo outras doenças como parkinson, ansiedade, convulsões, bem como transtorno bipolar. Assim também, a resolução limita a utilização à crianças e adolescentes.
“Aprova o uso do canabidiol para o tratamento de epilepsias da criança e do adolescente refratárias às terapias convencionais na Síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut e no Complexo de Esclerose Tuberosa“, diz trecho da resolução.
Prejuízos
A organizadora do evento, Marta Galvão, explica que a resolução prejudica inúmeras pessoas.
“O CFM com essa resolução, inibe a prescrição médica, e prejudica inúmeros pacientes de diversas patologias. E é isso que nós queremos mudar! Esse movimento é um movimento conjunto, nacional, que vai ocorrer no Brasil inteiro. E nós estamos em luta para que haja uma mudança dessa resolução para que os médicos possam prescrever canabidiol”, disse.
Da mesma forma, ela afirma que além de restringir a utilização do canabidiol, o CFM registrou penalidades aos médicos que o fizer.
Citado
A redação procurou o Conselho Regional de Medicina de Roraima para solicitar posicionamento, mas o órgão afirmou que não irá se posicionar.
Fonte: Da Redação