Em Roraima, 48,39% das grávidas infectadas pelo coronavírus morreram. É que mostra levantamento do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19. Além disso, o estado tem a maior taxa de letalidade do vírus em gestantes de todo o país.
Em seguida, o Espírito Santo apresenta 34,72% de taxa de letalidade entre o mesmo grupo. Enquanto Sergipe, tem a terceira maior taxa, sendo 25,42%. A atualização mais recente do mapa é de 1º de dezembro de 2021.
Procurado, o governo disse que tem prestado assistência médica desde o primeiro momento em que foi colocado em prática o Plano de Contingência para o enfrentamento da pandemia.
Obstetras, que optaram por não serem identificados, disseram ao Roraima em Tempo que a Saúde de Roraima tem condições precárias e que a situação se agravou durante a pandemia de coronavírus.
Com estimativa de 652,7 mil habitantes, o estado tem apenas uma maternidade. Bem como, tem apenas um Centro de Referência da Mulher e vive uma eterna crise em seu maior hospital, o Hospital Geral de Roraima. Ainda segundo os médicos, o HGR recebia todas as gestantes infectadas pelo vírus que precisavam de UTI.
“As gestantes têm sido assistidas e recebido o tratamento de saúde, seja nos casos leves ou graves”, diz trecho da nota do estado sobre o atendimento das pacientes com Covid-19.
Atualmente, a Maternidade Nossa Senhora de Nazareth funciona em local improvisado, ao lado do Hospital de Campanha, que tratou casos da Covid-19 na capital. Isto, porque o prédio passa por reformas. Antes, o local sofria constantes denúncias por sua estrutura precária.
Outro ponto observado pelos obstetras foi a resistência à vacinação. Grávidas fazem parte do grupo de risco para a Covid-19, por tanto deveriam se vacinar e foram incluídas no grupo prioritário. No entanto, muitas se recusam a tomar a vacina.
Rosilane Costa Soares
Em todo o Brasil, gestantes e puérperas somam 18.811 infectadas pelo coronavírus, ainda conforme o Observatório. Um dos casos registrados em Roraima, foi o de Rosilane Costa Soares, de 23 anos. Vítima do vírus e da falta de estrutura da Saúde estadual.
Ela morreu em 15 de julho de 2021, após quase três semanas internada no Hospital Geral de Roraima (HGR). No hospital, o remédio necessário, a Polimixina B, estava em falta. A família pediu ajuda, conseguiu juntar dinheiro, mas não teve para medicá-la.
Rosilane estava grávida de 40 semanas quando contraiu o coronavírus. Depois de os sintomas se agravarem, ela passou por cesariana e em seguida foi encaminhada ao HGR.
A família iniciou campanha para conseguir doações do medicamento e também para arrecadar fundos para comprar a quantidade necessária para o tratamento. Com os recursos arrecadados, de acordo com Ciciane Soares, a família comnprou 40 ampolas de Polimixina B, que chegam a Boa Vista nessa sexta-feira.
“A luta não foi em vão, a gente tentou alertar outras famílias que é preciso denunciar e correr atrás. Infelizmente com a minha irmã não deu certo, mas a gente vai sentar pra conversar sobre as ampolas que vão chegar amanhã e ajudar outras famílias”, disse.
Em número reais, conforme os dados do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19, morreram 24 das 57 gestantes infectadas pelo coronavírus em Roraima.
Fonte: Da Redação