Clínicas que prestam atendimento a crianças autistas e síndromes raras por meio do plano de saúde da Unimed Fama comunicaram a suspensão dos serviços médicos e terapêuticos. Isso porque a unidade deixou de realizar os pagamentos mensais.
A advogada Yonara Varela explicou que o problema pode ocasionar a perda das vagas dos pacientes, além de comprometer os tratamentos. Ela representa 22 crianças que passam pela situação.
“Além da criança perder o tratamento e ter aquela perda cognitiva do acompanhamento, ela também corre o risco de perder a vaga. E hoje nossa maior demanda é terapia ocupacional e ela não está sendo atendida por falta de vaga e profissional no estado de Roraima. Então aquela criança que vem fazendo acompanhamento e já tem um vínculo terapêutico com o profissional, ele corre o risco de perder. Perder as habilidades adquiridas, perder a vaga e, consequentemente, ter o tratamento completamente prejudicado”, disse.
A Suenne Bastos, mãe da pequena Manuela, que tem síndrome de down, salientou que a falta do tratamento terapêutico com profissionais capacitados, de acordo com o laudo de cada criança, traz danos significativos a elas.
“As crianças tem essa quebra de rotina e isso deixa ela mais desregulada, mais agitada, mais estressada, às vezes, agressiva por essa quebra de rotina”, lamentou
Para ela, a quebra de vínculo das crianças com os profissionais também é uma perda considerável. “Perder essas vagas pode gerar essa perda de vínculo das crianças com profissionais. A minha tem um ano que faz acompanhamento com esses profissionais, então essa perda de vínculo é uma quebra muito grande. Então se a gente conseguir vaga, porventura, com outro profissional, até ele ter esse vínculo de novo para conseguir evoluir com a criança, demora”, lamentou Suenne.
Desassistidos
O mesmo ocorreu em março de 2022, quando a Unimed ficou inadimplente com as clínicas desde janeiro daquele ano. Assim, os pacientes ficaram desassistidos, mesmo pagando pelo plano de saúde, o que gerou revolta entre os pais.
Foram realizadas várias manifestações para que a rede privada regularizasse as dívidas. Diante disso, foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a unidade de saúde, o Procon Municipal, Ministério Público de Roraima (MPRR) e seis clínicas conveniadas.
À época, estabeleceu-se acordo entre as partes para retomada dos atendimentos. Dessa forma, em caso de descumprimento, a Unimed pode receber multa diária de R$ 5 mil.
Conforme a advogada, o Procon Municipal tem ciência da situação e já notificou a Unimed para que dê cumprimento ao TAC.
O Roraima em Tempo entrou em contato com a Unimed Fama para posicionamento e aguarda retorno.
Fonte: Da Redação