O fluxo migratório de venezuelanos se intensificou nos últimos dias, depois de o Governo Federal autorizar a reabertura da fronteira com a Venezuela,
Roraima em Tempo registrou, nesta quinta-feira (15), um grande número de imigrantes, que buscam no país vizinho a oportunidade de recomeçar a vida do zero.
No dia 18 de março de 2020, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu bloquear a entrada de venezuelanos devido à pandemia da Covid-19.
Contudo, o fluxo nunca foi totalmente interrompido, já que os estrangeiros usavam rotas clandestinas – as trincheiras – para chegar até o Brasil.
Após mais de um ano, o trânsito entre Pacaraima e Santa Elena de Uairén foi autorizada no dia 24 de junho. Desde então, vídeos e imagens mostram milhares de pessoas à espera de legalização.
Informações de oficiais do Exército, desse total, 200 já foram atendidos e seguiram viagem do lado brasileiro. Outros 1,1 mil aguardam atendimento. A lentidão ocorre por falta de vacinas, que já foram repostas.
Rudhcelys Lezama é policial e veio da cidade de Puerto Ordaz para o Brasil com o esposo Renier Silva. Além de vender móveis e fechar a casa, os dois percorrem 622 km em busca de emprego e esperam na fronteira há oito dias.
“Chegamos na sexta-feira [9 de julho]. Hoje, organizaram e nos deram um número [senha]. O apoio do Exército e da Polícia Federal tem sido maravilhoso, eles nos tratam muito bem, mas o processo está sendo lento, tem muitas crianças pequenas, muita gente. Essa situação está mal”, lamentou.
A crise política, econômica e humanitária causada elo governo de Nicolás Maduro levou à migração mais de cinco milhões de pessoas.
Mais de 800 mil já pediram refúgio em diversos países ao redor do mundo. Colômbia e Brasil são os principais destinos por fazerem fronteira com a Venezuela.
Dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com o Observatório das Migrações Internacionais (OMI), mostram que Roraima concentrou 81,6% dos pedidos de refúgio no país por causa da migração venezuelana.
Isso coloca Pacaraima como a cidade número um em registro de entrada de estrangeiros, onde o movimento é composto por centenas de famílias.
Elas buscam refúgio no lado brasileiro devido a essa crise que se estende desde 2014, quando começou a escassez de comida, remédio e outros itens básicos de sobrevivência.
“As pessoas continuam deixando a Venezuela para escapar da violência, da insegurança e das ameaças, assim como da falta de alimentos, remédios e serviços essenciais”, avalia a Organização das Nações Unidas (ONU).
Quando a reabertura da fronteira foi autorizada, a Casa Civil do Governo Federal explicou que a decisão era para ajudar na legalização de estrangeiros, e intensificar o processo de interiorização.
A Operação Acolhida informou que inicialmente o número de imigrantes a passar pelo Posto de Triagem na fronteira seria de no máximo 100 por dia.
Roraima em Tempo divulgou que 1,3 milhão de imigrantes foram atendidos no Posto de Interiorização e Triagem localizado em Pacaraima desde 2018. Eles passam por aplicação de vacinas e regularização de documento.
Conforme a Acolhida, desde fevereiro venezuelanos passam por testa de Covid-19. Já foram feitos mais de 10 mil testes realizados e os “suspeitos e confirmados são imediatamente isolados e tratados”.
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