Roraima pede mais vacinas contra Covid devido à migração

Sesau justifica que o quantitativo informado pelo ministério é “muito inferior à realidade”

Roraima pede mais vacinas contra Covid devido à migração
Roraima teve fronteira reaberta há quase um mês

Roraima pediu ao Ministério da Saúde mais 9.291 doses da vacina contra o coronavírus para imunizar a população de rua. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) enviou o ofício no dia 15 de julho.

A solicitação atualiza a estimativa do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19. Eram 1.682 pessoas, mas agora são 10.973.

Roraima e migração

Primeiramente a Sesau justifica que o quantitativo informado pelo ministério é “muito inferior à realidade”. Em seguida, diz que a situação prejudica a disponibilidade de doses “devido à sub estimativa do grupo prioritário”.

A população venezuelana está inserida neste contexto. Ou seja, a secretaria leva em consideração os reflexos do fluxo migratório, intensificado com a reabertura da fronteira.

“O PNO considera a população em situação de rua como o grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema […] Considerando os seguintes documentos: ‘População Venezuelana refugiada e migrante fora de abrigos em Boa Vista’ e ‘População Venezuelana refugiada e migrante fora de abrigos em Pacaraima’ […] que oficializam os quantitativos de ‘Pessoas em situação de rua’”, destacou.  

Desabrigados

No dia 13 de julho, o Roraima em Tempo mostrou com exclusividade dois relatórios que mostraram que 3.824 venezuelanos estão desabrigados no estado.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) levantou os dados levados em consideração pela Secretaria de Saúde.

Pacaraima tem o maior número de pessoas fora de abrigos. São 1.833 pessoas em 540 famílias, entre eles 515 homens, 502 mulheres e 816 crianças e adolescentes. Já em Boa Vista são 1.791 pessoas de 403 famílias, sendo 681 homens, 531 mulheres e 579 crianças e adolescentes.

Fronteira

No dia 18 de março de 2020, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu bloquear a entrada de venezuelanos devido à pandemia do coronavírus.

Contudo, o fluxo não ficou interrompido. Desde então, os estrangeiros usam rotas clandestinas para chegar até o Brasil.

O trânsito entre Pacaraima e Santa Elena de Uairén está autorizado desde o dia 24 de julho deste ano. Com isso, milhares de pessoas esperam legalização para serem atendidas pela Operação Acolhida.

A Casa Civil explicou que a decisão de reabertura é para ajudar na legalização de estrangeiros e intensificar o processo de interiorização.

A princípio, a Operação Acolhida informou que inicialmente o número de imigrantes a passar pelo Posto de Triagem na fronteira seria de no máximo 100 por dia.

No dia 15 deste mês, o Exército informou que quase 1,1 mil ainda esperavam a regularização.

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