O governador Antonio Denarium (PP) confirmou em coletiva de imprensa que foi ameaçado pelo deputado Jalser Renier (SD) para acabar com força-tarefa que apura o sequestro do jornalista Romano dos Anjos.
O Roraima em Tempo revelou com exclusividade que Jalser Renier é apontado pela Polícia Civil como mandante dos crimes de sequestro e tortura contra o apresentador. Ele já negou envolvimento.
O documento revela que a motivação do crime foi “vingança ou represália” devido às críticas feitas pelo apresentador contra o parlamentar.
Ameaça a Denarium
Nesta semana, o presidente da Assembleia Legislativa já havia adiantado a ameaça do parlamentar. Na tribuna, ele afirmou ter recebido Jalser no Palácio, já que era chefe da Casa Civil do governo.
A visita a Denarium ocorreu em novembro do ano passado, mesmo mês em que foi criada a força-tarefa para investigar o caso. Jalser nega a ameaça.
O Roraima em Tempo também revelou que, além da ameaça de morte ao governador, as investigações indicam a interferência do delegado-geral da Polícia Civil, Herbert Amorim, e do adjunto, Eduardo Wayner.
De acordo com o inquérito, Herbert se encontrou com o secretário da Segurança Pública, coronel Edison Prola, e levou um “recado” de Jalser: “se essa investigação continuar, vai morrer gente”.
Em depoimento, Prola confirmou o encontro e a ameaça. Por outro lado, o delegado-geral não negou as informações, e disse que estava surpreso.
Prola se recusou a agir para prejudicar o inquérito. Logo depois, conforme o inquérito, o delegado-geral editou portarias e mexeu na estrutura da força-tarefa, prejudicando, assim, as investigações.
Sequestro
O sequestro ocorreu no dia 26 de outubro de 2020, quando Romano e a esposa, Nattacha Vasconcelos, jantavam em casa.
Os criminosos invadiram a residência armados, amarraram, amordaçaram e ameaçaram de morte o casal.
Depois, levaram o apresentador para uma região afastada da cidade, onde o torturaram e o abandonaram. Romano foi encontrado no dia seguinte.
Desde então, uma investigação apura os crimes. Na semana passada, a Operação Pulitzer prendeu sete suspeitos de participação no crime. O processo corre em segredo de justiça.
Por Redação