Justiça remarca, pela 4ª vez, julgamento de Cascavel e Éder Lourinho

Desde maio o processo está pronto para julgamento; relator faltou última sessão por motivo de saúde

Justiça remarca, pela 4ª vez, julgamento de Cascavel e Éder Lourinho
Cascavel e Lourinho são acusados de comprar votos nas eleições de 2018 – Foto: Divulgação/Agência Senado/ALE-RR

A Justiça Eleitoral remarcou, pela quarta vez, o julgamento da ação contra o ex-secretário da Saúde Airton Cascavel e o deputado estadual Éder Lourinho (PTC).

Desde maio o processo está pronto para julgamento. Contudo, o Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) já o retirou da pauta por três vezes.

No dia 25 de agosto, o juiz Francisco Guimarães pediu mais tempo para analisar o caso, o que irritou o presidente da Corte, desembargador Leonardo Cupello.

Em seguida, o julgamento voltou a ser remarcado para o dia 29 de setembro. Entretanto, o relator do caso, juiz Luis Alberto de Morais Júnior, não compareceu à sessão por questões de saúde.

Dessa forma, mais uma vez, a Justiça Eleitoral remarcou a apreciação para o dia 13 de outubro, por videoconferência, a partir das 15h.

No mesmo dia será julgada a ação contra o deputado estadual Odilon Filho (Patri). O juiz Luiz Alberto também é relator do caso. (Leia sobre o processo)

Caso

Éder e Cascavel estão sendo acusados de comprar votos em Caracaraí nas eleições de 2018 por R$ 100. O relator votou pela procedência da ação.

Além da cassação do mandato de Éder, o magistrado quer que a Justiça aplique multa de cerca de R$ 400 mil para cada um.

o relator escreveu que os relatos das testemunhas que estavam presentes nas reuniões em Caracaraí comprovaram o crime de compra de votos.

“A análise das provas indica que [os candidatos], por meio de terceiros, ofereceram dinheiro em troca de votos nas eleições de 2018. Tal prática foi confirmada por testemunhos, materiais apreendidos, quando da operação do Ministério Público Eleitoral em Caracaraí”, conclui.

Caso na Justiça

O Ministério Público fazia uma ronda um dia antes da votação, em outubro de 2018, quando se deparou com uma reunião na região da Prainha.

Um carro considerado caro despertou a atenção dos agentes, pois estava em uma área pobre de Caracaraí. Quatro pessoas acabaram presas, uma delas um pastor evangélico.

No veículo os agentes encontraram R$ 6,6 mil, usados para pagar os eleitores em troca de voto em Éder e Cascavel. Além disso, o ministério recolheu santinhos e listas com nomes de moradores.

Os depoimentos de sete pessoas confirmaram que o dinheiro se tratava de um “agrado” para apoiar os candidatos. Uma das promessas do pastor era fazer um churrasco depois das eleições e convidar os eleitores.

Para o relator, os testemunhos não se mostraram isolados, mas partiram de diversas pessoas. Os relatos de Cascavel, Éder e os envolvidos entraram em contradição, o que sustenta, conforme Luiz Alberto, a prática criminosa.

Cascavel, por exemplo, disse que o dinheiro encontrado no carro seria para pagar por um passeio turístico depois das eleições, como forma de “relaxar”.

Por Redação

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