Edilamar Soares, de 42 anos, é mãe de Ítalo Soares, um adolescente, de 17 anos com deficiência. O rapaz estava internado no Hospital das Clínicas para tratamento. Ele foi transferido para o Hospital de Campanha após testar positivo para Covid-19.
A mãe então, denunciou ao Roraima em Tempo que o filho foi infectado após a unidade receber uma ala exclusiva para pessoas com Covid.
A internação desses pacientes já havia sido sinalizada como um motivo de preocupação pelos familiares. Já que os internados no hospital, são pessoas cardiopatas, renais e com problema neurológicos.
Além disso, a própria mãe do adolescente temia que o rapaz apresentasse piora no quadro de saúde. Ítalo testou positivo no dia 22 de janeiro.
“Infelizmente o meu filho foi uma dessas pessoas. Fui transferida para o Hospital de Campanha com ele e chorei muito porque eu pedi tanto para que ele [governador] não fizesse isso, mas não tiveram respeito pelas pessoas e nem bom senso. […] e a gente tem medo”, desabafou.
Edilamar disse ainda que existem outros pacientes vulneráveis na mesma situação.
“No bloco que eu estava que era de frente do de Covid, testaram positivo uns cinco pacientes. Aonde estou agora, tem um senhor que faz hemodiálise que está com Covid e pegou lá [ no Hospital das Clínicas]”.
Ainda de acordo com Edilamar, a situação antes da transferência era diferente da atual.
“No Hospital das Clínicas eram pessoas mais frágeis não tinha Covid e quando era testado positivo eram tirados imediatamente de lá. Quando levaram essa ala, houve tanto paciente com Covid quanto profissional da equipe. E ficam abafando dizendo que tá tudo bem.”
‘Revolta de uma mãe’
Edilamar Soares ainda publicou um vídeo na redes sociais como forma de protesto à situação vivida pelo filho.
“Fiz um desabafo para que não levasse paciente com Covid-19 para o Hospital das Clínicas, mas mesmo assim levaram e o resultado veio governador e eu tô aqui no Hospital de Campanha com o meu filho. Ele foi infectado dentro do hospital e como ele tem vários pacientes por conta da sua irresponsabilidade.”
Nas imagens a mulher ainda diz que espera que o filho saia da unidade bem.
“Fiquei arrasada por 50 dias com o meu filho internado dentro de um hospital e ao ponto dele receber alta ele é infectado. Não só ele, mas vários profissionais, médicos, […] e por aqui as coisas não estão boas também não. disse.
Entenda
O governo estadual comunicou que no dia 10 de janeiro, iria transferir parte dos infectados estáveis da Covid para o Hospital das Clínicas. O local conforme o governo, recebeu 12 leitos.
Entretanto, no dia 15 de janeiro, o Hospital de Campanha voltou a ser referência para o atendimento da doença.
O que diz o governo
Procurado o Governo do Estado disse apenas que possui uma estrutura de uma unidade de retaguarda com foco na internação de pacientes por no máximo sete dias e no isolamento, uma equipe acompanha o paciente e presta um serviço da melhor maneira possível.
Fonte: Da Redação