Cidades

Movimento indígena reforça posicionamento sobre postos de vigilância em Uiramutã

O movimento indígena do estado, por meio do Conselho Indígena de Roraima (CIR), reforçou o posicionamento sobre as medidas de monitoramento no posto de vigilância indígena localizado em Uiramutã, no território demarcado da Raposa Serra do Sol. O documento foi assinado entre os dias 1 e 3 de junho e enviado ao Roraima em Tempo nesta sexta-feira (16).

O posicionamento foi reforçado após episódio de conflito registrado hoje na RR-171, na divisa entre Uiramutã e Boa Vista. Na ocasião, indígenas apreenderam carga de condutores e alegaram ter legitimidade da polícia para realizar apreensão.

De acordo com documento enviado á reportagem, a decisão de reativar o posto de vigilância foi tomada com base na Constituição Federal, no art. 231, na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela Lei n. 6.001/1973, tendo em vista as invasões de garimpeiros, madeireiros, turistas e entre outros ao território indígena.

Tem causado violências, como, o consumo de bebidas alcoólicas, invasões, ameaças de morte contra lideranças, aliciamento de mulheres indígenas, contaminação dos Rios, igarapés e lagos pelo uso de mercúrio, a destruição da natureza, a contaminação dos nossos rios e igarapés pela atividade garimpeira, dentre outras violências que tira a nossa paz e ameaça o nosso presente e futuro”, cita trecho da carta.

As lideranças indígenas votaram em uma assembleia extraordinária pela proibição do transporte de bebidas alcoólicas, materiais de garimpo e pessoas estranhas na localidade. Após o horário de funcionamento da barreira, das 06h ás 21h, a normativa determina que somente carros oficiais entrem no munícipio. Além disso, a entrada de turistas a terra indígena sem consulta ás comunidades também estão proibidas e todos os veículos terão que passar por vistoria.

O documento destaca que a portaria será revisada apenas em Assembleia dos Tuxauas da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Participaram da deliberação os indígenas da Raposa Serra do Sol, Baixo Contigo, Surumú e Serras.

Críticas

As ações dos fiscalizadores indígenas foram criticadas pela Sociedade de Defesa dos Índios Unidos de Roraima (Sodiurr) em março deste ano. Á época eles alegavam que os povos indígenas estariam usando a pandemia da Covid-19 para promover fiscalizações irregulares, sem apoio de profissionais capacitados.

No mesmo mês o Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) determinou que o Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Governo do Estado, e a Prefeitura de Uiramutã, fossem notificados á respeito do caso. O processo ainda tramita na Justiça e não tem uma decisão.

Dias depois o Governo de Roraima alegou que não sabia sobre o processo, mas aguardava que “tudo fosse resolvido da melhor forma, para evitar conflitos entre moradores não indígenas”.

Fonte: Samantha Rufino

Minervaldo Lopes

Recent Posts

Mecânico é preso pelo desaparecimento da ex-companheira

A família denunciou o desaparecimento após o homem supostamente usar as redes sociais da mulher…

49 minutos ago

Smtran integra operação nacional de fiscalização e segurança no trânsito

Ação segue até o carnaval de 2026, abrangendo as festas de fim e início de…

5 horas ago

Prefeitura de Caroebe vai gastar mais de R$ 1 milhão em aluguel de estrutura para eventos

São João da Baliza também vai contratar os serviços pelo valor milionário. Informações constam em…

6 horas ago

Justiça obriga banco a suspender cobranças de cartões de crédito consignado não contratados

Medida é resultado de uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público de Roraima

7 horas ago

Aprovado financiamento de imóveis maior para famílias de baixa renda

Principal deliberação envolve a atualização do teto dos imóveis nas faixas 1 e 2 do…

7 horas ago

Senado rejeita urgência para votação de projeto que legaliza cassinos, bingos e jogo do bicho no país

Para os parlamentares contrários ao texto, afirmaram que projeto pode incentivar o vício em jogos

8 horas ago