A diferença gritante entre as duas versões de Super Mario Bros.

A coluna de hoje analisa a principal diferença entre as duas versões cinematográficas de Super Mario Bros. Boa leitura!

A diferença gritante entre as duas versões de Super Mario Bros.

No momento em que você está lendo este texto, a animação Super Mario Bros.: O Filme está pavimentando o caminho ao topo de 2023 nas bilheterias. Isso porque a nova versão cinematográfica do encanador da Nintendo se tornou a maior abertura mundial de uma adaptação de games. Foram cerca de 377 milhões de dólares em cinco dias. Uma estreia impressionante e que está sinalizando uma inevitável ultrapassagem sobre Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, atual líder das bilheterias.

Se você estranhou o termo “nova versão”, talvez você não saiba que o Mario já apareceu no cinema antes. E foi a primeira adaptação de games na história do cinema: Super Mario Bros. (1993), que fará aniversário de 30 anos de lançamento daqui a pouco mais de mês. Contudo, a única coisa para se comemorar (e olhe lá…) é que a obra de Rocky Morton e Annabel Jankel encabeçou um arrastão de personagens de videogame à tela grande. Mesmo depois de inúmeros tropeços, finalmente chegamos às boas adaptações, nas quais se incluem Sonic 2, Detetive Pikachu e, agora, o novo Super Mario.

Mas qual a principal diferença entre os dois filmes do bigodudo?

Ofensa grosseira

Yoshi e a Princesa em 1993

Ninguém precisa fazer um jogo em forma de filme, já que cinema e videogame são mídias distintas e nem sempre um elemento de uma funciona na outra. Mesmo assim, precisava fazer um negócio tão distante do que a gente jogava? A ambientação do filme de 1993 não lembra em nada aquele clima colorido e fantástico de qualquer game do Super Mario. Parece uma tentativa boboca (e sem criatividade) de emular Blade Runner com Taxi Driver, em uma versão urbana da cena do bar no primeiro Star Wars. O resultado é uma ofensa grosseira a todo mundo: aos três clássicos e ao próprio legado do jogo da Nintendo.

Ah, o jogo! Esse foi o mais ofendido na história toda. Afinal, a descaracterização medonha não ficou só na ambientação, mas também a todos (repito: TODOS) os personagens. Veja só: aqui no filme, Mario é medroso e Luigi, corajoso. Aliás, o romance da princesa é com Luigi, não com Mario. Koopa não é um monstrengo, mas um Dennis Hopper com cabelo ridículo; e o cogumelo Toad é um cantor de rua com topete punk (Deus do Céu…!), que acaba se transformando em um lacaio de Koopa. Eu não conseguiria deixar uma adaptação mais nada-a-ver que isso nem se eu quisesse.

Musiquinhas clássicas

Mario e a Princesa em 2023

Por outro lado, Super Mario Bros.: O Filme tem tudo a ver com os jogos. Começando com o visual primoroso. Parece que estamos assistindo a um game em ação, controlado pelos diretores Aaron Horvath e Michael Jelenic. Poderia ser um problema, mas a direção faz sequências tão empolgantes que dá prazer em apreciar essa “partida”. Até a trama é tão simples quanto: Mario e a Princesa Peach precisam resgatar Luigi das garras do vilão Bowser. Mesmo que, como cinema, Super Mario precise de mais que isso, essa simplicidade não chegou a me incomodar.

Até porque é uma obra recheada de referências que farão os milennials se deliciarem. Os personagens estão bem fieis ao game, exceto a Princesa Peach, que teve um bem-vindo upgrade. A ambientação lembra as fases das várias versões dos games e a trilha sonora ressuscita as musiquinhas clássicas (vibrei quando reconheci uma de Super Mario Bros. 3, do Nintendinho). Meu único pé atrás foi com a falta de uma justificativa mais elaborada para o momento que referencia Super Mario Kart. Mas foi só um tiquinho, já que toda essa sequência é muito, mas muito legal.

Corra aos cinemas

Momento Mario Kart

Como viram, a diferença mais gritante entre as duas versões do Mario nos cinemas é, sem dúvida, o nível de fidelidade com material original. Eu poderia escrever tanta coisa sobre outras diferenças, mas já gastarei esse tempo no meu canal Tomada Um. Desculpe-me, mas já me basta o tempo que perdi (de novo!) revendo o filme de 1993. Basta que você saiba que um é horroroso e o outro é sensacional. E não estou falando sobre nível de adaptação, mas como entretenimento mesmo. Portanto, corra aos cinemas enquanto estiver em cartaz. Afinal, é muito bom ver Mario, Luigi e cia. tendo, finalmente, o tratamento que merecem.

Júnior Guimarães é jornalista e escreve a coluna Cinema em Tempo. Toda semana aqui no Roraima em Tempo temos uma análise sobre o mundo cinematográfico. No Youtube, Júnior tem um canal onde faz críticas e avaliações sobre cinema.

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