Todas as produções Marvel de 2021, da pior à melhor

A coluna de hoje é um ranking de todas as séries e filmes lançados pela Marvel Studios em 2021, da pior à melhor. Boa leitura!

Todas as produções Marvel de 2021, da pior à melhor

Com o fim da série “Gavião Arqueiro”, também encerraram-se as (muitas) atividades da Marvel em 2021. Foram quatro filmes e cinco séries, totalizando NOVE produções do estúdio. Na recepção, teve de tudo um pouco: crítica positiva e negativa, bilheteria boa e ruim e até premiação. Independente de que lado você esteja, é inegável que, neste ano, a Marvel encontrou o centro de seu Universo e, também, do Multiverso. Afinal, nunca se viu tantas conexões entre enredos e personagens, conectando também ramos diferentes – cinema e streaming. Por isso, é mais um passo na grande idealização do Universo Cinematográfico Marvel (MCU), que, agora, se expandiu para as séries.

Contudo, nem o Multiverso é perfeito. Mesmo com tudo bem planejado, seus criadores ainda deram umas escorregadas. Então, com todas as atrações de 2021 devidamente assistidas, fiz um ranking dessas nove produções Marvel. Assim, juntei filmes e séries e fiz uma lista, do pior ao melhor. Lembrando que tudo é uma questão de gosto pessoal e experiência de cada espectador. No meu caso, a boa notícia é que as bolas-fora foram relativamente poucas. Honestamente, só há uma bomba na lista. E é essa logo abaixo.

9. ETERNOS

A cineasta Chloe Zhao foi do topo do Oscar à “lanterna” da Marvel em 2021. Assim, chega a ser inacreditável que a diretora de uma obra tão tocante e cheia de sensibilidade como “Nomadland” (2020) seja a mesma que entregou isso: um dos filmes de super-herói mais enfadonhos dos últimos anos. Isso porque, apesar das tentativas pífias de alguns críticos em catar aspectos de Zhao, “Eternos” não parece uma obra dela. Isso porque é muito genérico, com uma trama boba, superpoderes manjados, ameaças que são bem qualquer-coisa e atuações nhé. Aliás, temos um John Snow (ops, Kit Harington) perdido e Angelina Jolie e Salma Hayek atualizando os boletos. Ah, os efeitos visuais são bacanas (tanto que está na pré-lista do Oscar 2022), mas não o suficiente para salvar o pior produto Marvel do ano.

8. LOKI

A primeira temporada da série “Loki” foi divisiva, já que uns gostaram, outros nem tanto. Faço parte do segundo grupo, talvez pela traição da alta expectativa (achei que seria a melhor série da Marvel), talvez por realmente não ser tão bom. Afinal, o personagem imortalizado por Tom Hiddleston é arremessado para uma trama que não me desceu, sobre uma organização burocrática de controle do espaço e tempo, onde o deus da mentira precisa colaborar com a caçada a um variante do tempo. Mesmo com ideias bacanas, o que salva é o carisma do elenco. Além do protagonista (óbvio!), Owen Wilson mostra como sabe ser um bom parceiro de tela e Sophia di Martino faz um par ainda mais ideal com Hiddleston. Isso além dos ótimos coadjuvantes e a participação espetacular de Richard E. Grant e seu “glorioso propósito”.

7. VIÚVA NEGRA

Faz tempo que a mais humana dos Vingadores merecia um filme-solo, mas a Marvel deixou isso para um momento-chave de seu Universo. Apesar de parecer atrasado na festa, “Viúva Negra” tem força para se mostrar menos um filme de super-herói e mais um filme de ação, o que a deixa próxima do clima de “Capitão América: O Soldado Invernal” (2014). A história de Natacha Romanoff antes dos Vingadores mostra o que constatamos desde sempre: Scarlet Johansson nasceu para ser a Viúva Negra. Contudo, o que ninguém esperava é ver Florence Pugh (“Midsommar”) roubando a cena em um elenco com Rachel Weisz, David Harbour e a própria Johansson. Aqui, ela é a imbatível Yelena, irmã caçula de futura parceira do Gavião Arqueiro. O filme em si não alcança a relevância da Viúva Negra para o MCU, mas é puro coração – ainda mais sabendo de seu futuro.

6. GAVIÃO ARQUEIRO

Encerrada na última quarta-feira, a aventura-solo de Clint Barton não parecia tão promissora, pois tinha mais cara de especial de Natal que de uma engrenagem do MCU. Ledo engano. “Gavião Arqueiro” é uma aventura com menos magnitude que “Falcão e o Soldado Invernal”, mas com escala suficiente para honrar o legado de seu personagem-título. Aqui, ele precisa lutar contra seu passado como o sombrio Ronin (lembra?), quando alguns inimigos voltam para se vingar. Entretanto, Hailee Stanfield como a arqueira Kate Bishop deixa o clima mais leve e divertido. Sim, repete-se a fórmula da dupla que se estranha – e dá certo. O link com outras tramas se dá por dois encontros inesperados. Quer dizer, um deles nem tanto para quem esperou a cena pós-créditos de “Viúva Negra”. Mas o outro, rapaaazzzz…

5. FALCÃO E O SOLDADO INVERNAL

A cena que abre “Falcão e o Soldado Invernal” é uma das mais impressionantes de todo o MCU. Sério mesmo, pois é uma perseguição aérea tão bem feita que fisga o público para episódios que envolvem uma organização radical que luta contra o sistema, injustiças históricas, a parceria inesperada com Bucky (Sebastião Stan) e um novo (e controverso) Capitão América. Inclusive, a saída do herói original de cena – em “Vingadores: Ultimato” – promove aqui uma discussão sobre o significado de ser um Capitão América em um mundo pós-Steve Rogers. A cena do sangue no escudo de Vibranium, por exemplo, é forte o bastante para isso e intensifica a necessidade do Falcão em baixar a guarda e abraçar seu destino de vez. A obra só escorrega, exatamente, no último episódio, que troca a porrada imagética pelo discurso barato. Felizmente, acerta em todo o resto.

4. SHANG-CHI E A LENDA DOS DEZ ANEIS

Com efeitos de primeira e uma composição visual que remete ao cinema oriental, “Shang-Chi” é o filme mais bonito da Marvel visto em 2021 e mais uma bem sucedida obra de origem do estúdio. E essa referência não é apenas na parte técnica, mas também na pancadaria, com cenas de luta que lembram as primeiras incursões do ator Jet Li em Hollywood. Falando nisso, só a lenda Tony Leung já vale a sessão e é, de longe, a melhor coisa de “Shang-Chi”. Mesmo com dois pesos-pesados na tela (o outro é Michelle Yeoh), não dá para resistir ao carisma de Awkwafina, dona de um grande timing cômico, e um surpreendente Simu Liu, em seu primeiro grande papel no cinema. Vale a pena, mesmo que não esteja no Top 10 da Marvel. Ah, prestem atenção na participação especial de um monstro bacana do início do MCU.

3. WANDAVISION

Primeira série da Marvel indicada a uma categoria principal do Emmy, a produção é, provavelmente, a mais ousada criada pelo estúdio. Isso porque “Wandavision” mistura comédia sitcom com história de super-heróis, drama e até suspense. Na verdade, sua estrutura é uma homenagem à evolução das sitcoms americanas, de “I Love Lucy” a “The Office”. É uma delícia acompanhar a interação de Wanda e Visão em um mundo que parece perfeito, mas no qual já percebemos algo errado. Após o provável estranhamento inicial, especialmente para quem nunca ouviu falar em Lucille Ball, a minissérie logo mostra seu vínculo com o MCU ao entrar em um segundo ato fantástico. Junto com “Vingadores: Ultimato”, a série “Wandavision” mostra o imenso poder que reside na personagem de Elisabeth Olsen, bem como sua etapa de transição para Feiticeira Escarlate. Uma joia.

2. O QUE ACONTECERIA SE…

Nunca imaginei que essa série animada seria tão boa. Minha surpresa na lista, “O Que Aconteceria Se…” (ou, simplesmente, “What if…”) é o primeiro a colocar em prática o conceito do famigerado multiverso, reimaginando eventos importantes do MCU e suas possíveis consequências. Cada episódio é uma indagação diferente: e se o Rei T’Challa fosse o Senhor das Estrelas no lugar de Peter Quill? E se a Agente Carter tivesse tomado o soro do Super-Soldado, ao invés de Steve Rogers? De todas essas hipóteses, minha favorita é: e se Ultron tivesse vencido? Todas as possíveis respostas (algumas devastadoras) estão aí, mostradas com uma criatividade ímpar e uma qualidade visual de arrepiar, já que temos uma mescla perfeita de animação 2D e computação gráfica. Vale também pela despedida de Chadwick Boseman, que ainda participou da dublagem.

1. HOMEM ARANHA: SEM VOLTA PARA CASA

Só existem dois filmes do amigo da vizinhança melhor que esse: “Homem-Aranha 2” (2004) e “Homem Aranha no Aranhaverso” (2018). Fora eles, nenhum outro. “Homem Aranha: Sem Volta Para Casa” é o auge do Peter Parker de Tom Holland no cinema, com potencial de fazer seus haters até mudarem de ideia. Se “O Que Aconteceria Se…” jogou o público para a infinidade do Multiverso, “Sem Volta Para Casa” traz o Multiverso para o centro do MCU. E vai além, pois ele traz personagens das outras versões do Teioso no cinema, como Dr. Octopus e Duende Verde (respectivamente, Alfredo Molina e Willen Dafoe de volta). E o que poderia ser uma má noticia acaba se tornando uma aula de como usar fan-service para algo maior e melhor. Portanto, é uma jornada empolgante, nostálgica e emocionante que nenhum outro produto Marvel deste ano conseguiu alcançar.

Júnior Guimarães é jornalista e escreve a coluna Cinema em Tempo. Toda sexta-feira aqui no Roraima em Tempo temos uma análise sobre o mundo cinematográfico. No Youtube, Júnior tem um canal onde faz críticas e avaliações sobre cinema.

 

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