Um ranking com os cinco filmes da série “Pânico”, do pior ao melhor

A coluna de hoje traz a lista de todos os filmes da série “Pânico”, elencados do pior ao melhor filme, na opinião de Júnior Guimarães.

Um ranking com os cinco filmes da série “Pânico”, do pior ao melhor

“Pânico” estreou nos cinema na última quinta-feira. Não, não é um remake do terror de 1996 que revitalizou o subgênero slasher nos cinemas. Na verdade, está mais para um sequel (misto de continuação, que dá sequência aos anteriores, e reboot, que recomeça a história do zero), já que ele relata eventos posteriores a “Pânico 4” e, ao mesmo tempo, traz uma história novinha em folha. Tanto que Sidney Prescott não é mais a protagonista, mas… não existe “Pânico” sem Sidney Prescott, não é?

A questão é: onde essa continuação se encaixa em um ranking com os cinco filmes da série? O Cinema em Tempo assistiu o novo “Pânico” na estreia e dá uma resposta. Qual é a sua?

 

5. PÂNICO 3 (2000)

O único filme fraco da série é, ironicamente, o que mais aposta em uma das marcas registradas de “Pânico”: a metalinguagem. Talvez esse seja o problema. “Pânico 3” investe (ou perde) tanto tempo no filme dentro do filme que se esquece de ir direto ao ponto. E o ponto é: sangue, morte e medo do Ghostface. Tudo é diminuído para priorizar as homenagens literais às peças originais e reviravoltas na trama que levam ao passado de Sidney, no maior estilo “tudo a levou para este momento, desde o começo”. Não colou. E ainda envelheceu mal, pois até os bonitos minutos finais (com Sidney olhando sem medo para a porta) perderam o sentido, sabendo que a história não parou por aqui.

4. PÂNICO 4 (2011)

Embora não seja genial, “Pânico 4” mostra como o diretor Wes Craven era um gênio. Ele conseguiu, ao mesmo tempo, parodiar, homenagear e honrar sua série, mantendo a fórmula de sucesso para entregar uma boa continuação. A prova disso está logo em um começo arrasador que, ainda por cima, faz uma baita trollagem no espectador. Após isso, o enredo avança uma década de “Pânico 3” e mostra Sidney como uma escritora de sucesso, que conta como sobreviveu aos atentados anteriores. Enfim, não demora muito para um quarto atentado tome força e ela, Gale e Dewey voltem a ser perseguidos por um novo Ghostface.  O elenco é bacana e a motivação do assassino é mais banal, mas também funciona.

3. PÂNICO (2022)

O primeiro da série sem Wes Craven, falecido em 2015. Por isso mesmo, dá muita satisfação testemunhar como esta quinta parte ficou tão fiel ao espírito da franquia. Sabe o que “Matrix Resurrections” tentou fazer? O novo “Pânico” conseguiu. Ou seja, a obra de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett faz muita autorreferência, mas não a usa para se esconder atrás da fama da obra original. Ao contrário, ela segue em frente para virar a página e renovar a série, usando o legado como motor suplementar. Paralelo a isso, a figura do Ghostface ganhou mais vigor e está mais brutal do que nunca. Entretanto, ele não está sozinho nessa (“Eu sou a po**a da Sidney Prescott, é claro que tenho uma arma”). Aproveite enquanto está em cartaz.

2. PÂNICO 2 (1997)

A primeira continuação é, também, o último “Pânico” da década de 1990. Craven e o roteirista Kevin Williamson ainda estavam hiperativos nas ideias, mesmo se vendo vítimas do peso da responsabilidade para fazer algo melhor. Ainda que não tenham conseguido, “Pânico 2” mantem a pegada jovem e esperta, estendendo a metalinguagem para discutir a qualidade das continuações. Curiosamente, a tradição de sequências inferiores foi mantida ao pé da letra aqui, o que nos leva a indagar se esta nova história foi criada propositalmente para nunca alcançar seu antecessor. Seja o que for, ainda é o segundo melhor de todos, com o assassino passando a faca pelos motivos mais pessoais.

1. PÂNICO (1996)

Em meados dos anos 1990, o diretor Wes Craven deu um ponto final na série “A Hora do Pesadelo”. Contudo, falar sobre filmes de terror em “O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger” (1994) acabou se tornando um ensaio involuntário para uma coisa nova. Do outro lado, o roteirista Kevin Williamson ainda estava escrevendo para a série “Dawson’s Creek” quando teve a ideia de criar um assassino que era fã de filmes de terror. Então, o caminho dos dois se cruzaram e boom! Todos sabemos o que aconteceu: “Pânico” revitalizou o terror, revolucionou as histórias de serial killers e eternizou o jogo de gato-e-rato entre Sidney e Ghostface. Com isso, a atriz Neve Campbell se tornou a grande final girl da virada do século. No ano passado, completou 25 anos de lançamento.

Os fãs reclamam que nenhuma das continuações chegam perto do primeiro, mas poucos filmes do gênero foram tão efetivos na proposta, impactaram tanto na cultura popular e envelheceram bem. É difícil superar isso.

 

Júnior Guimarães é jornalista e escreve a coluna Cinema em Tempo. Toda sexta-feira aqui no Roraima em Tempo temos uma análise sobre o mundo cinematográfico. No Youtube, Júnior tem um canal onde faz críticas e avaliações sobre cinema. 

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