DINHEIRO FEDERAL – Denarium fatura alto com estado de calamidade

Ano passado, governador recebeu mais de R$ 1 milhão do MDR para recuperar áreas atingidas pelas chuvas, mas não fez nada; agora decreta novamente calamidade

DINHEIRO FEDERAL – Denarium fatura alto com estado de calamidade
Governador de Roraima, Antonio Denarium – Foto: Reprodução/Facebook/Antonio Denarium

Chega a ser inacreditável, surreal, a cara de pau do governador Antônio Denarium. Vejam vocês, amigos leitores, em agosto de 2021, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), do governo federal, reconheceu a situação de calamidade pública em nove municípios de Roraima por conta das fortes chuvas e cheias dos rios.

Pois bem. À época, o governo do Estado recebeu mais de R$ 1 milhão para recuperar as áreas atingidas e adotar medidas preventivas a novos desastres. A grana também deveria ser aplicada na recuperação de pontes, estradas e vicinais. Contudo, a população não viu nenhuma obra e o pior: ninguém sabe para onde foi o dinheiro.

Agora, quase um ano depois, a situação se repete nos mesmos municípios onde o governo foi negligente e, novamente, seu Antônio decretou estado de calamidade pública. Quanta cara de pau, cinismo escancarado de Denarium, que acredita que o roraimense tem memória curta.

Senão, vejamos. Vamos relembrar. No dia 4 de agosto de 2021, um mês após seu Antônio declarar situação de emergência em nove municípios, o MDR fez o repasse de R$ 1.18 milhão para a Defesa Civil de Roraima coordenar ações para recuperar a infraestrutura danificada pelas chuvas e comprar cestas básicas para a população atingida.

Os recursos foram destinados para Bonfim, Cantá, Caracaraí, Caroebe, Normandia, Rorainópolis, São João da Baliza, São Luiz do Anauá e Uiramutã. Mas a grana que deveria ser investida na recuperação de estradas, vicinais e pontes nesses municípios supostamente desapareceu, pois até hoje nunca se viu essas obras. E as chuvas voltaram a cair e o problema se repetiu, claro.

Então, a pergunta que os moradores desses municípios fazem é: para onde foi, vossa excelência, o milhão enviado pelo MDR em 2021? Porque o nobre governador não recuperou estradas, vicinais e pontes, ano passado, evitando assim novos desastres?

Vale lembrar também que à época, o coordenador da bancada roraimense no Congresso, deputado Hiran Gonçalves, comemorou a decisão do governo federal que, segundo ele, iria beneficiar milhares de famílias afetadas pelas chuvas nos referidos municípios. Tudo balela. É claro que Hiran também compactuou com o desvio desse dinheiro e hoje as mesmas famílias atingidas em 2021 voltam a sofrer com os desastres provocados pelas chuvas.

O que se percebe, sinceramente, é que vossa excelência e seu grupo não estão nem um pouquinho preocupados com a situação de calamidade do povo, pois se estivessem já teriam adotado medidas, não paliativas, para amenizar a caótica situação de quem vive no interior de Roraima.

Mas parece que não é um bom negócio para o governador resolver este problema. Afinal, se Denarium tivesse feito as obras necessárias no ano passado, nesses municípios, não teria como decretar estado de calamidade pública este ano. Concordam, amigos leitores? E sem o decreto de estado de calamidade, vossa excelência não pode receber verba federal. Simples entender, né?

Contratos sem licitações

Enquanto seu Antônio e seu grupo faturam alto com o estado de calamidade, que dispensa contratos por meio de licitações, o povo mais carente que mora no interior de Roraima mete o pé na lama, literalmente, e amarga prejuízos enormes. Tudo isso, é bom lembrar, em ano de eleição e Denarium já é declarado candidato à reeleição.

Acha que é balela minha? Então, quer valer comigo que novamente a grana federal, da calamidade pública decretada este mês, não será investida como deveria e, ano que vem, as chuvas voltarão a castigar os mesmos municípios afetados ano passado e este ano em Roraima?

Como já disse: não é negócio para seu Antônio resolver em definitivo os problemas de Roraima, pois se assim fizer deixa de decretar estado de calamidade pública e também deixa de receber os milhões federais, que vem em boa hora para Denarium, meses antes das eleições.

Álvares dos Anjos – cronista.

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