
O policial militar, Jan Elber Dantas Ferreira, e a policial civil Adriana Sousa dos Santos, foram presos na manhã desta quinta-feira, 22, durante a Operação Jeremias 22:17, da Polícia Federal, que investiga o sequestro e tortura de um homem em Caracaraí, Sul de Roraima.
Adriana Sousa também é vereadora de Caracaraí, eleita com 416 votos pelo Republicanos. A reportagem entrou em contato com o partido para pronunciamento e aguarda retorno.

A operação da PF cumpre sete mandados de prisão e 13 de busca, assim como apreensão em cinco estados: Roraima, Amazonas, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul.
A investigação aponta que policiais do Amazonas, na busca de suposto roubo de cassiterita, teriam sequestrado e torturado o suspeito para que ele indicasse o destino da carga. Policiais de Roraima também teriam participado da ação.
As investigações indicam que os envolvidos formaram, em tese, um grupo criminoso para escoltar cargas de minérios extraídos ilegalmente da Terra Indígena Yanomami, prestar serviços de segurança de forma clandestina e apurar a ocorrência de roubos de cargas de forma paralela à atuação estatal.
O que diz as Polícias Civil e Militar
Em nota, a Polícia Civil informou que tomou conhecimento da operação deflagrada pela Polícia Federal e aguarda o encaminhamento formal das informações para adoção das medidas administrativas cabíveis por meio da Corregedoria-Geral. A instituição reiterou o compromisso com a legalidade e a ética, e disse que eventuais condutas em desacordo com a lei serão apuradas com isenção e rigor, garantindo o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa.
Procurada, a Polícia Militar esclareceu que a Corregedora-Geral acompanhou a execução da ordem judicial, juntamente com um oficial da corporação, e instaurará um procedimento administrativo disciplinar, garantindo o contraditório e a ampla defesa. A corporação repudiou toda e qualquer conduta contrária aos preceitos da hierarquia e disciplina, os quais são pilares da instituição. Por fim, a instituição reafirmou o seu compromisso de bem servir e proteger a sociedade roraimense, atuando ao longo dos seus 80 anos com lisura e dedicação.
Relembre o caso
O crime aconteceu no dia 8 de fevereiro de 2023. A vítima estava com o pai próxima à vicinal Cujubim, quando um carro estacionou e três homens desceram perguntando sobre a localização de uma vicinal. Neste momento, eles se identificaram como policiais civis.
Conforme a Polícia Militar informou à época, o homem mostrou o caminho para os suspeitos em sua motocicleta. Ao chegar no local, ele foi algemado e levou tapas e chutes.
Os supostos policiais perguntaram onde estava o celular da vítima, que informou estar em casa. Um dos suspeitos foi até a residência, pegou o aparelho após dar uma desculpa para a mãe dela.
De acordo com o relato do homem, o grupo partiu em direção à Mucajaí. Já próximo a um bar, os policiais o pressionaram a falar sobre um caminhão graneleiro que transportava cassiterita. No entanto, a vítima não tinha informações.
Enquanto era questionado, um outro grupo chegou ao local. Eles também se identificaram como policiais. Ao olharem o seu celular da vítima, nada encontraram, então, resolveram liberá-la. Os suspeitos deram R$ 60,00 para que o homem pegasse um ônibus de volta para casa e o ameaçaram para que ele não denunciasse o ocorrido.
Fonte: Da Redação