Denarium e seu desinteresse pelas causas indígenas

A imposição de suas escolhas na Educação Indígena e sua fala de que os indígenas têm que se “aculturar” diz muito sobre oque Denarium pensa desses povos

Denarium e seu desinteresse pelas causas indígenas
Governador Antonio Denarium – Foto: Reprodução/Instagram

Desinteresse

Não é de hoje que o governador Antonio Denarium é criticado pela forma que trata as questões indígenas. Quando ele disse que os Yanomami têm que se “aculturar”, deixou claro o que pensa sobre eles. Como se os indígenas não tivesses sua própria cultura ou que não merecessem respeito por isso. Questões como essa e a forma que ele tratou a Educação Indígena fechando escolas e impondo suas escolhas e decisões, mostram também que ele não respeita mesmo estes povos.

Veja

Denarium segue insistindo em mostrar para o mundo que não foi omisso na crise humanitária dos Yanomami. Em entrevista à Veja esta semana, ele disse que a crise existe há muitos anos. Depois disse reconheceu que Bolsonaro foi omisso com a situação ao dizer que “todos os Governos tiveram sua cota de responsabilidade e sua cota de omissão”. Mas é importante lembrar que, enquanto Denarium dava apoio para o garimpo, os indígenas pediam socorro e ele se calou. Nunca fez nada para apoiar os dois lados. Não foi justo. Ele poderia sim apoiar o garimpo, mas buscando alternativas para que a atividade não impactasse tanto na vida dos indígenas.

Ele mesmo compartilhou

Como forma de fortalecer seu discurso, Denarium saiu compartilhando a matéria da Veja em grupos de Whats App. Os comissionados do Governo também fizeram a mesma coisa. Assim como parentes do governador. Na manhã de hoje, por exemplo, Olier Garcia, irmão de Denarium estava divulgando o link da matéria nos grupos.

Briga grande

Um assunto que tem tomado repercussão é a briga pelo cargo de secretário da Educação do Governo. Como todos sabem, Denarium usa os cargos e secretarias como moeda de troca política. Assim ele faz na Educação. A briga é que a esposa de Denarium quer colcoar sua irmã, Leila Perussolo de volta como titular. Contudo, Sampaio, assim como Mecias, que indicaram Nonato, o atual secretário, não querem abrir mão da vaga. E, como resultado, tanto Simone como os aliados pressionam o governador. Além disso, segundo uma fonte desta coluna, Denarium teria se comprometido com indígenas de tirar Nonato e Irisnaide da Educação até esta sexta-feira (17). Pois Irisnaide ocupa uma vaga que deve indicada pelos indígenas. No entanto, está lá indicado pelo governador.

Atrito

As mudanças que Denarium vem fazendo no Governo vem gerando mal-estar e até atritos entre os aliados políticos. É que muitos cargos são frutos de acordos de campanha. E até mesmo de muito antes, como é o caso de Mecias de Jesus que está se beneficiando da máquina pública desde que Denarium assumiu como interventor. Há quem diga que ele é um dos mais insatisfeitos dentro do grupo governista.

Protesto

Conforme informações, indígenas estavam preparando uma manifestação. É que eles cansaram de pedir e agora querem exigir a saída de Irisnaide da Secretaria. Então, eles organizam um protesto na frente do Palácio do Governo para esta sexta-feira. De acordo com uma fonte, eles ainda ajustam alguns detalhes.

Terror dos professores indígenas

Após especulação do possível retorno da ex-secretária de Educação à pasta, Leila Perussolo, professores de Roraima se manifestaram contra. Isto porque, conforme queixas, a cunhada do governador não foi uma boa gestora. A principal reclamação foi a falta de atenção da então titular com a Educação Indígena. O professor Abraão José afirma que os professores do setor foram muito humilhados por Leila. Outra docente, que não quis se identificar, reclamou da gestão da ex-secretária. Segundo ela, a cunhada do governador não atendia os professores indígenas e, durante os quatro anos na Seed, não ouviu os pedidos, assim como não ofertou cursos ou formação para professores.

Falta de critério

Vale lembrar que Leila Perussolo perdeu o cargo cinco dias após o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) a denunciarem por irregularidade em um processo licitatório de quase R$ 9 milhões. Ela foi exonerada em maio do ano passado. Segundo a denúncia da época, a então secretária fez um contrato de compra com a empresa de um servidor público comissionado estadual. Então, o possível retorno de Leila à Seed demonstra a falta de critérios de Denarium em escolher os comandos das pastas do Governo. Mas também não seria surpresa nenhuma para a população, basta olhar para os outros titulares: esposa, amigo empresário, filho de senador, irmã de deputado, e por aí vai.

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