Enquanto a saúde de Roraima afunda, política e contratações na Sesau se entrelaçam

Não é segredo para ninguém que a saúde de Roraima enfrenta uma crise que não parece ter fim à vista. A medida que a imprensa denuncia infinitas esperas por cirurgia, falta de médicos, entre outros problemas, uma sombra paira sobre as licitações do Governo do Estado. Neste cenário, a política e as contratações públicas se […]

Enquanto a saúde de Roraima afunda, política e contratações na Sesau se entrelaçam
Fachada da Sesau – Foto: Arquivo/Roraima em Tempo

Não é segredo para ninguém que a saúde de Roraima enfrenta uma crise que não parece ter fim à vista. A medida que a imprensa denuncia infinitas esperas por cirurgia, falta de médicos, entre outros problemas, uma sombra paira sobre as licitações do Governo do Estado. Neste cenário, a política e as contratações públicas se entrelaçam.

R$ 30 milhões

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) está contratando a Proftalmo, empresa ligada ao senador Hiran Gonçalves (PP), aliado político do governador Antonio Denarium, também do Partido Progressistas. A firma, que vai receber R$ 30 milhões, deve prestar serviços de consultas, exames e cirurgias do aparelho ocular por um ano.

Além da empresa de Hiran, outras duas também estão credenciadas para realizar os procedimentos e devem receber R$ 11 milhões e R$ 38,6 milhões. Ou seja, os serviços vão custar o total de R$ 80 milhões, mesmo com o SUS já realizando os mesmos procedimentos.

Outras contratações

Em dezembro, a Sesau renovou, por um ano, contrato com a empresa de Hiran Gonçalves por R$ 3,7 milhões. Antes, o acordo era de R$ 6 milhões. Quem assina os documentos é a cunhada do senador, que está estrategicamente como sócia-administradora. É que, por ocupar cargo eletivo, o parlamentar não pode ter empresas em seu nome.

Alvo de operação da Polícia Federal

A situação da Sesau é tão seria que, no mês passado, foi alvo de operação da Polícia Federal. A ação mirava possível organização criminosa relacionada a fraudes na Saúde de Roraima. Investigações da corporação sugerem que houve direcionamento do resultado de uma licitação promovida pela Pasta para fornecimento de materiais odontológicos ao Hospital Geral de Roraima (HGR).

Os materiais foram orçados com valores mais elevados que os constantes na tabela de preços do SUS. Conforme a PF, em alguns casos, a contratação chegou a ser 1.000% mais custosa que o preço médio indicado na tabela oficial.

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