Esquema investigado pela PF pode estar relacionado ao mesmo que a CPI da Saúde investigou com médico ligado a Mecias de Jesus

Assim como no esquema investigado pela PF, depoimentos à CPI afirmavam que cirurgiões bucomaxilos do HGR, sob pretexto de falta de material, indicavam os pacientes a buscarem a Justiça para realizarem procedimentos na rede particular, custeados pelo Estado

Esquema investigado pela PF pode estar relacionado ao mesmo que a CPI da Saúde investigou com médico ligado a Mecias de Jesus

Operação Esculápio

Hoje o dia amanheceu com mais uma operação da Polícia Federal (PF), denominada “Esculápio”, nome do deus da medicina. Isso porque a ação apura uma possível organização criminosa suspeita de fraudar licitações na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Os investigados são empresários e dentistas associados ao Hospital Geral de Roraima (HGR). Eles também são suspeitos de induzir pacientes a realizar procedimentos odontológicos em uma clínica particular, custeado pelo Estado, mesmo havendo material para realizá-los no HGR. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão no hospital e na Sesau.

Investigações

As investigações sugerem que houve direcionamento do resultado de uma licitação promovida pela Sesau para fornecimento de materiais odontológicos no HGR. Os materiais foram orçados com valores mais elevados que os constantes na tabela de preços do SUS. Em alguns casos, a contratação chegou a ser 1.000% mais custoso que o preço médio indicado pela tabela oficial. Há indícios também de que os pacientes do HGR seriam informados pelos dentistas de que não havia condições de realizar algumas cirurgias por falta de material. Os odontólogos, com vínculo tanto no hospital quanto em uma clínica particular, orientariam tais pacientes a procurar o Poder Judiciário para que o Estado custeasse os procedimentos em uma clínica, que pertenceria ao grupo criminoso. A Justiça bloqueou R$ 9,5 milhões da conta dos investigados.

Ligação

As investigações podem estar relacionadas com um esquema montado por cirurgiões bucomaxilos dentro do Hospital Geral de Roraima, investigado na CPI da Saúde. Depoimento à comissão afirmam que, com o pretexto de falta de material, as cirurgias deixaram de ser feitas pelo SUS. Então, os pacientes buscavam a Justiça, como o método apurado pela Polícia Federal na Operação Esculápio. Para liberar as cirurgias por meio de clínicas particulares, o Ministério Público de Roraima (MPRR) solicitava três orçamentos. Uma médica, então coordenadora do Centro de Especialidades Odontológicas do Estado, disse que não sabe como acontecia, mas estes orçamentos eram sempre de três dentistas: Rodrigo Acioly, Dennys Dinely e Daniel do Carmo.

Mecias de Jesus

A médica afirmou à CPI ainda que a então governadora Suely Campos a convidou para assumir o departamento. Isso porque o coordenador à época, o cirurgião Rodrigo Acioly, estava fazendo campanha para um candidato a senador dentro do HGR. Jorge Everton perguntou quem era o senador. Silvana respondeu que era Mecias de Jesus. A então coordenadora também disse que a esposa do cirurgião, Roberta Acioly, é suplente do senador. Fato conferido e confirmado por esta redação.

CPI da Saúde excluiu cirurgiões da lista de indiciamento

Durante uma reunião da comissão no dia 8 de dezembro de 2021, a então deputada Lenir Rodrigues pediu para retirar os nomes dos cirurgiões da lista em que a CPI pedia o indiciamento de 65 pessoas. Os deputados Jorge Everton, assim como o Nilton Sindpol que era vice-presidente da CPI votaram contra. Em contrapartida, os deputados Renato Silva, Lenir Rodrigues e o então deputado Evangelista Siqueira votaram a favor. O relatório foi aprovado com 62 pedidos de indiciamento.

 

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Graças adeus liberado

Sobre essas investigaçoes eu dúvido, se não pagar para parar…

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