Na tocada do “dinheiro tem, falta gestão”, Governo segue com superávits milionários, mas esse dinheiro não chega ao povo

No Diário Oficial, são milhões e milhões que sobraram do ano passado, pois as secretarias não utilizaram. Ou seja, o benefício não chegou onde deveria: na população

Na tocada do “dinheiro tem, falta gestão”, Governo segue com superávits milionários, mas esse dinheiro não chega ao povo
Antonio Denarium, governador de Roraima – Foto: Reprodução/Facebook/Antonio Denarium

Dinheiro tem, falta gestão

Acabamos de sair do 1º trimestre de 2023. E, no setor público, muita coisa está em ritmo de começo de ano. A organização fiscal e financeira, por exemplo. Os diários oficiais do Governo de Roraima estão repletos de créditos suplementares para as secretarias. O diário do dia 30 de março, por exemplo, tem superávits financeiros milionários. São R$ 4,4 milhões para a Sejuc; R$ 2 milhões para a Secretaria do Índio; R$ 2,5 milhões para a Femarh e etc. Isso significa que o Governo tem muito dinheiro. Tanto que está sobrando de um ano para o outro. Dessa forma, o governador tem que fazer estas publicações de crédito suplementar por superávit. Isso para que as secretarias possam utilizar as verbas que não utilizaram ano passado. E se não usaram ano passado é porque faltou gestão. Afinal, dinheiro tem, falta gestão.

Por falar em dinheiro sobrando…

E por falar em dinheiro sobrando…. o Governo Federal vai conceder reajuste de 9% aos servidores. A Prefeitura de Boa Vista também já enviou um PL par a Câmara com o reajuste. Já o Governo de Roraima, apesar de ter tanto dinheiro sobrando, nem fala em reajustar os salários dos servidores. Em contrapartida, o governador Antonio Denarium aumentou, em janeiro deste ano, seu próprio salário e os dos secretários. O de adjunto, por exemplo, era R$ 16 mil e foi para R$ 24 mil. Ou seja, R$ 8 mil a mais. O salário do titular foi de R$ 23 mil para R$ 29 mil. Um belo salto, não é?

Enquanto isso…

Nestes cinco anos de gestão, Denarium concedeu apenas um reajuste aos servidores estaduais, em janeiro do ano passado. Eles estavam sem receber esse direito desde 2015. O reajuste de 11% passou bem longe de cobrir o déficit salarial que já estava em quase 40%. Há informações de que, neste ano, o Governo estuda conceder o reajuste em torno de 5%. Menos da metade do que que concedeu ano passado, pouco antes das eleições.

Mudanças

E os bastidores do Palácio do Governo continuam movimentados. O assunto é a mudança que o governador pretende fazer no 1º escalão. Fontes desta coluna informaram que as mudanças começam dentro do próprio Palácio com a Casa Civil e a Secom. Em seguida Denarium deve mudar Saúde e Educação. A 1ª porque, segundo informações, a permanência de Cecília ficou insustentável após tantas polêmicas e envolvimentos com processos duvidosos. A 2ª porque há uma quebra de braço entre a 1ª dama e os deputados. Ela queria colocar a irmã Leila Perussolo de volta. Mas Sampaio brigou para manter Nonato Mesquita que entrou lá sob sua indicação. Vamos aguardar pra ver que vai ganhar essa briga. Fontes desta coluna já adiantaram que nem um, nem outro. O acordo agora é que uma terceira pessoa assume a Seed e todos irão colher os ‘louros’.

Depois de um ano

O governador Antonio Denarium finalmente assinou o documento que deixa a empresa MeioDia Refeições impedida de licitar com a Sesau. O processo chegou em seu domínio no dia 31 de março do ano passado, após parecer da Procuradoria-Geral para manter a decisão administrativa. Enquanto o governador ficou ‘fazendo hora’ para assinar, a empresa concorreu e ganhou novamente uma licitação na Sesau. E, assim, continuou oferecendo a péssima comida de sempre para pacientes e servidores de todo estado. Denarium só assinou a penalidade agora, porque a imprensa denunciou. A redação do Roraima em Tempo, por exemplo, mostrou até uma marmita que chegou ao paciente com mosca dentro.

Impactos

O número de migrantes venezuelanos que passam pela fronteira para o lado de cá voltou a aumentar. Eles são trazidos pela falta de comida e emprego. Isso causa um forte impacto nos hospitais, especialmente de Boa Vista. O prefeito Arthur Henrique, por exemplo, já se antecipou. Ele foi a Brasília a duas semanas atrás e pediu apoio do Governo Federal por meio de vários ministérios. O presidente regional do MDB, Romero Jucá o acompanhou na missão.

Silêncio

Fora Arthur e Jucá, alguém viu outro político buscando ajuda do Governo Federal para mitigar esses impactos? Até o momento, os três senadores, assim como maior parte dos deputados federais seguem em silêncio. Eles passaram os quatro anos de gestão de Bolsonaro caladinhos sobre o assunto. Nem se quer cobraram um ‘filtro’ na entrada de migrantes para evitar que entrassem criminosos. Enfim, o silêncio continua.

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