Novo prédio do HGR apresenta defeitos desde que foi inaugurado, há dois anos

O que esperar da gestão de um hospital onde os pacientes são atendidos através de um vidro escuro, o sistema de ar-condicionado não funciona e escorre sangue contaminado pelo teto

Novo prédio do HGR apresenta defeitos desde que foi inaugurado, há dois anos
Fachada do Bloco E HGR/Foto: Gabriel Cavalcante/Roraima em Tempo

O Ministério Público de Roraima (MPRR) emitiu ontem (19), uma recomendação para que a Secretaria de Saúde conserte e coloque em pleno funcionamento o sistema de ar-condicionado do novo prédio do Hospital Geral de Roraima (HGR).

O sistema apresenta defeito desde a inauguração do local, ainda em 2022. Para quem não lembra, o governador Antonio Denarium (Progressistas) inaugurou o bloco às pressas, em março de 2022, antes mesmo de seu pleno funcionamento.

Era ano eleitoral e ele queria inaugurar a obra antes do período em que a Justiça eleitoral proíbe as inaugurações com a presença do governante que era candidato à reeleição. Além disso, ele também queria que a população acreditasse que a Saúde iria melhorar no âmbito estadual. Mas, infelizmente, a obra já apresentou problemas antes mesmo de inaugurar, quando caiu uma parte do teto durante uma chuva com vento em Boa Vista.

MPRR visitou HGR

E o sistema de ar-condicionado é motivo diário de reclamação dos pacientes. Ontem mesmo o promotor de Defesa da Saúde Ministério Público revelou que visitou o hospital na semana passada. E nos corredores das enfermarias do Bloco E, as evaporadoras não estavam funcionando. Algumas estavam desligadas, outras apresentavam algum tipo de erro.

O promotor disse ainda que em apenas 5 enfermarias havia refrigeração de ar e que o sistema não funciona em outras 23 enfermarias do Bloco. Outra revelação impactante e preocupante foi de que no Centro de Recuperação Pós Anestésica do Centro Cirúrgico 2, do Bloco E, a situação é crítica. Lá a refrigeração é por dutos de ar que também não funcionam e, segundo a profissional do setor, o equipamento está desativado há cerca de dois meses. O promotor informou que 30 pacientes passam pelo setor diariamente.

O ambiente sem refrigeração num setor pós-cirúrgico é altamente favorável à proliferação de bactérias. E, se no local já tiver a circulação de uma ‘superbactéria’ o prejuízo pode ser fatal para os pacientes.

Mas o que esperar de um Governo que nunca demonstrou preocupação com a saúde das pessoas? De um hospital onde os pacientes são atendidos através de um vidro escuro? De um hospital onde escorreu sangue contaminado pelo teto logo após a inauguração?

Há dois anos os pacientes são tratados sem dignidade e nada foi feito para que o Governo melhore o atendimento no HGR.

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